sábado, 23 de novembro de 2013

Aceita-se a palavra, a explicação, porque ela conforta; a crença conforta quando há sofrimento ou um estado de ansiedade. As explicações dadas por filósofos, psicólogos, sacerdotes, gurus, professores - é nessas coisas que as pessoas se baseiam para viver; o que significa que se vive uma vida de segunda mão e estão satisfeitas... Lê-se muito sobre o que outras pessoas pensaram, vê-se pela televisão o que está acontecendo. É sempre outrem, alguém lá fora, que diz o que se deve fazer. Com isso, a mente atrofia-se e está-se sempre vivendo uma vida de segunda mão. Alguém já se perguntou: "Posso ser uma luz para mim mesmo - não a luz de outrem, a luz de Jesus ou de Buda? Pode-se ser a luz para si mesmo? Isso quer dizer que não há sombra, pois ser uma luz para si mesmo significa que esta não é apagada por nenhum meio artificial, por circunstâncias, por tristeza, por acidente. Pode-se ser isso para si mesmo? Sim, mas só quando a mente não é desafiada porque está completamente desperta. A maioria de nós, entretanto, necessita de desafios, porque a maioria de nós está adormecida - adormecida porque fomos adormecidos por todos os filósofos, por todos os santos, por todos os deuses, sacerdotes e políticos. Adormece-se uma pessoa e ela não sabe que está adormecida: pensa que isso é normal. Um homem que quer ser a luz para si mesmo tem que se libertar disso tudo. Pode-se ser a luz para si mesmo somente quando não há "eu". Então, essa luz é a luz eterna, perene, imensurável. J.Krishnamurti. A importância de ser uma luz para si mesmo

domingo, 10 de novembro de 2013




"Simplicidade - Beleza - Destemor: essas são as ordens! O Destemor é nosso guia. A Beleza é o raio da compreensão e da elevação. A Simplicidade é o abre-te sésamo para os portões do mistério vindouro. E não é a Simplicidade da hipocrisia, mas a profunda Simplicidade da realização que está envolvida nas dobras do amor. Simplicidade que revela os portões mais sagrados e misteriosos para ele que empunha sua tocha da sinceridade e do labor incessante. Nem a Beleza da convencionalidade e do engano, que trabalha o verme da decadência, mas a Beleza do espírito da verdade que aniquila todo preconceito. A Beleza incandescente com a verdadeira liberdade e realização e a glória do milagre das flores e dos sons. Não o Destemor artificial, mas o Destemor que conhece as profundezas insondáveis da criação e faz a distinção entre autoconfiança na ação e a suposição da vaidade. O Destemor que possui a espada da coragem e que abate todas as formas de vulgaridade, conquanto esteja adornada de riquezas." - Nicholas Roerich

(Shambhala - Em Busca da Nova Era / Ed. Nova Era / Cap. Estrela da Mãe do Mundo, pág.130, 1º parágrafo.)

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

ORAÇÃO LAKOTA



"Grande Mistério,
ensine-me a confiar
em meu coração,
em minha mente,
em minha intuição,
em minha sabedoria interna,
nos sentidos de meu corpo,
nas bênçãos do meu espírito.


Ensine-me a confiar nestas coisas,
para que possa entrar em meu Espaço Sagrado
e amar além do meu medo,
e assim caminhar com beleza
com a passagem de cada sol glorioso."

sábado, 31 de agosto de 2013

Os quatros inimigos naturais do homem de conhecimento. CASTAÑEDA



— Quando um homem começa a aprender, ele nunca sabe muito claramente quais são seus objetivos. Seu propósito é falho; sua intenção, vaga. Espera recompensas que nunca se materializarão, pois não conhece nada das dificuldades da aprendizagem.

“Devagar, ele começa a aprender... a princípio, pouco a pouco, e depois em porções grandes. E logo seus pensamentos entram em choque. O que aprende nunca é o que ele imaginava, de modo que começa a ter medo. Aprender nunca é o que se espera. Cada passo da aprendizagem é uma nova tarefa, e o medo que o homem sente começa a crescer impiedosamente, sem ceder. Seu propósito torna-se um campo de batalha.

“E assim ele se depara com o primeiro dos seus inimigos naturais: o medo! Um inimigo terrível, traiçoeiro, e difícil de vencer. Permanece oculto em todas as voltas do caminho, rondando, à espreita. E se o homem, apavorado com sua presença, foge, seu inimigo terá posto fim a sua busca”.

— O que acontece com o homem se ele fugir com medo?

— Nada lhe acontece, a não ser que nunca aprenderá. Nunca se tornará um homem de conhecimento. Talvez se torne um tirano, ou um pobre homem apavorado e inofensivo; de qualquer forma, será um homem vencido. Seu primeiro inimigo terá posto fim a seus desejos.

— E o que pode ele fazer para vencer o medo?

— A resposta é muito simples. Não deve fugir. Deve desafiar o medo, e, a despeito dele, deve dar o passo seguinte na aprendizagem, e o seguinte, e o seguinte. Deve ter medo plenamente, e, no entanto não deve parar. É esta a regra! E o momento chegará em que seu primeiro inimigo recua. O homem começa a se sentir seguro de si. Seu propósito se torna mais forte. Aprender não é mais uma tarefa aterradora. Quando chega esse momento feliz, o homem pode dizer sem hesitar que derrotou seu primeiro inimigo natural.

— Isso acontece de uma vez, Don Juan, ou aos poucos?

— Acontece aos poucos e, no entanto o medo é vencido de repente e depressa.

— Mas o homem não terá medo outra vez, se lhe acontecer alguma coisa nova?

— Não. Uma vez que o homem venceu o medo, fica livre dele o resto da vida, porque, em vez de medo, ele adquiriu clareza. . . uma clareza de espírito que apaga o medo. Então, o homem já conhece seus desejos; sabe como satisfazê-los. Pode antecipar os novos passos na aprendizagem e uma clareza viva cerca tudo. O homem sente que nada lhe oculta.

“E assim ele encontra seu segundo inimigo: a clareza! Essa clareza de espírito, que é tão difícil de obter, elimina o medo, mas também cega”.

“Obriga o homem a nunca duvidar de si. Dá-lhe a segurança de que ele pode fazer o que bem entender, pois ele vê tudo claramente. E ele é corajoso, porque é claro; e não para diante de nada, porque é claro. Mas tudo isso é um engano; é como uma coisa incompleta. Se o homem sucumbir a esse poder de faz-de-conta, terá sucumbido ao seu segundo inimigo e tateará com a aprendizagem. Vai precipitar-se quando devia ser paciente, ou vai ser paciente quando deveria precipitar-se. E tateará com a aprendizagem até acabar incapaz de aprender qualquer coisa mais.”

─ O que acontece com um homem que é derrotado assim, Don Juan? Ele morre por isso?

─ não, não morre. Seu inimigo acaba de impedi-lo de se tornar um homem de conhecimento; em vez disso, o homem pode tornar-se um guerreiro valente, ou um palhaço. No entanto, a clareza, ela qual ele pagou tão caro, nunca mais se transformará de novo em trevas ou medo. Será claro enquanto viver, mas não aprenderá nem desejará nada.

─ mas o que tem de fazer para não ser vencido?

─ Tem de fazer o que fez com o medo: tem de desafiar sua clareza e usá-la só para ver, e esperar com paciência e medir com cuidado antes de dar novos passos; deve pensar, acima de tudo, que sua clareza é quase um erro. E virá um momento em que ele compreenderá que sua clareza era apenas um ponto diante de sua vista. E assim ele terá vencido seu segundo inimigo, e estará numa posição em que nada mais poderá prejudicá-lo. Isso não será um engano. Não será um ponto diante de sua vista. Será poder.

“Ele saberá a essa altura que o poder que vem buscando ha tanto tempo é seu, por fim. Pode fazer o que quiser com ele. Seu aliado está às suas ordens. Seu desejo é ordem. Vê tudo o que está em volta. Mas também encontra seu terceiro inimigo: o poder!”.
“O poder é o mais forte de todos os inimigos. E, naturalmente, a coisa mais fácil é ceder; afinal de contas; o homem é realmente invencível. Ele comanda; começa correndo riscos calculados e termina estabelecendo regras, porque é um senhor”.

“Um homem nesse estágio quase nem nota que seu terceiro inimigo se aproxima. E de repente, sem saber, certamente terá perdido a batalha. Seu inimigo o terá transformado em um homem cruel e caprichoso”.

─ E ele perderá o poder?

─ Não, ele nunca perderá sua clareza nem seu poder.

─ Então o que o distinguirá de um homem de conhecimento?

─ Um homem que é derrotado pelo poder morre sem realmente saber manejá-lo. O poder é apenas uma carga em seu destino. Um homem desses não tem domínio sobre si, e não sabe como ou quando usar seu poder. 

─ A derrota por um desses inimigos é uma derrota final ?

─ Claro que é final, uma vez que um desses inimigos dominem o homem, não há nada que ele possa fazer.

─ Será possível, por exemplo, que o homem derrotado pelo poder veja seu erro e se emende ?

─ Não. Uma vez que o homem cede, está liquidado. 

─ Mas se ele estiver temporariamente cego pelo poder, e depois o recusar?

─ Isso significa que a batalha continua. Isso significa que ele ainda está tentando ser um homem de conhecimento. O indivíduo é derrotado quando não tenta mais e se abandona.

─ Mas então, Dom Juan, é possível a um homem se entregar ao medo durante anos, mas no fim vencê-lo.

─ Não, isso não é verdade. Se ele ceder ao medo, nunca o vencerá, porque se desviará do conhecimento e nunca mais tentará. Mas se procurar aprender durante anos no meio do seu medo, acabará dominando-o, porque nunca se entregou realmente a ele.

─ E como o homem pode vencer seu terceiro inimigo , Dom Juan?

─ Também tem de desafiá-lo, propositadamente.

Tem de vir a compreender que o poder que parece ter adquirido na verdade nunca é seu. Deve controlar-se em todas as ocasiões, tratando com cuidado e lealdade tudo que aprendeu. Se conseguir ver que a clareza e o poder, sem controle, são piores do que os erros, ele chegará a um ponto em que tudo está controlado. Então, saberá quando e como usar seu poder. E assim terá derrotado seu terceiro inimigo.

“O homem estará, então, no fim de sua jornada do saber, e quase sem perceber encontrará seu último inimigo: a velhice! Este inimigo é o mais cruel de todos, o único que ele não conseguirá derrotar completamente, mas apenas afastar”.

“ É o momento em que o homem não tem mais receios, não tem mais impaciências de clareza de espírito... um momento em que todo seu poder está controlado, mas também um momento em que e sente um desejo irresistível de descansar. Se ele ceder completamente ao seu desejo de se deitar e esquecer, se ele se afundar na fadiga, terá perdido a última batalha, e seu inimigo o reduzirá a um criatura velha e débil. Seu desejo de se retirar dominará toda sua clareza, seu poder e sabedoria.

“Mas se o homem sacode sua fadiga e vive seu destino completamente, então poderá ser chamado de um homem de conhecimento, nem que seja no breve momento em que ele consegue lutar contra seu último inimigo invencível. Esse momento de clareza, poder e conhecimento é o suficiente”.

terça-feira, 21 de maio de 2013




No pensar, clareza
No sentir, cordialidade,
No querer, prudência:
Almejando-as
Posso então esperar,
Que eu corretamente
Possa encontrar-me
Nas trilhas da vida
Diante de corações humanos
No âmbito do dever.
Pois clareza
Provém da luz da alma,
E cordialidade
Contém o calor espiritual,
Prudência
Intensifica a força da vida.
E tudo isso,
Em confiança em Deus anseia,
Em caminhos humanos conduz
A passos bons e seguros na vida.

Rudolf Steiner

quarta-feira, 1 de maio de 2013




"É isso o que você deve fazer: Amar a terra e o sol e os animais, desdenhar as riquezas, dar esmolas a todos que pedirem, defender os dementes e os loucos, dedicar sua renda e trabalho aos outros, odiar os tiranos, não discutir sobre Deus, ter paciência e indulgência com as pessoas, não tirar o chapéu para o que é conhecido ou o que é desconhecido nem a nenhum homem ou grupo de homens, acompanhar livremente as poderosas pessoas analfabetas e os jovens e as mães de família, ler estas folhas ao ar livre em todas as estações de todos os anos de sua vida, examinar de novo tudo o que foi dito na escola ou na igreja ou em qualquer livro, rejeitar tudo que insulte sua própria alma, e sua própria carne será um grande poema e terá a fluência mais rica não só na forma de palavras mas nas linhas silenciosas de seus lábios e rosto e entre os cílios de seus olhos e em toda junta e todo movimento do seu corpo.....O poeta não vai gastar tempo com trabalho desnecessário. Ele sabe que o solo está sempre pronto e arado e adubado...outros podem não saber mas ele sabe. Ele vai direto à criação. Sua confiança vai dominar a confiança de tudo o que tocar...e ele vai dominar toda e qualquer conexão."
Walt Whitman - Folhas de Relva

domingo, 21 de abril de 2013

Dalai Lama



Dizem que a vida é curta, mas não é verdade. A vida é longa para quem consegue viver pequenas felicidades. E essa tal felicidade anda por aí, disfarçada, como uma criança tranquila brincando de esconde-esconde.
Infelizmente, às vezes, não percebemos isso e passamos nossa existência colecionando 'Não': A viagem que não fizemos, o presente que não demos, a festa que não fomos, o amor que não vivemos, o perfume que não sentimos.
A vida é mais emocionante quando se é ator e não expectador, quando se é piloto e não passageiro, pássaro e não paisagem, cavaleiro e não montaria.
E como ela é feita de instantes, não pode nem deve ser medida em anos ou meses, mas em minutos e segundos.
Esta mensagem é um tributo ao tempo. Tanto aquele tempo que você soube aproveitar no passado quanto aquele tempo que você não vai desperdiçar no futuro.
Porque a vida é agora. Não tenha medo do futuro, apenas lute e se esforce ao máximo para que ele seja do jeito que você sempre desejou.
A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos.

Dalai Lama

Trecho do Livro "Sete vozes falam", de Catharose De Petri.



Aquele que se decide à auto-rendição
e que voluntariamente se consagra ao átomo-original
- à rosa do coração - entra em ligação com a luz universal.

Esta luz p
rincipia, mais e mais, a falar
e a se manifestar, e corre como uma Fonte,
a fonte do conhecimento e da sabedoria.

É uma grande glória o tornar-se consciente com relação
a determinado conhecimento;
nada ter aprendido e contudo saber.
Poder sempre apelar para a fonte universal,
para poder saciar os demais;
Saber e poder seguir uma senda que conduz ao Infinito;
Peregrinação que vai de força em força.


Rosa Cruz Aurea

sexta-feira, 12 de abril de 2013








O grande Tao Flui e m todo lugar,
tanto para a direita como para esquerda.
Não reter nada;
é disso que dez mil coisas dependem.
Realiza seu propósito silenciosamente
e não reclama.
Nutre as dez mil coisas e, mesmo assim,
não é o Senhor delas.
Não tem objetivo; é muito pequeno.
As dez mil coisas retornam a isso;
ainda que isso não seja o Senhor delas.
É muito Grande. Não mostra Grandeza e,
potanto, é realmente Grande.( Lao Tsu)
 

segunda-feira, 8 de abril de 2013

NUNCA SE SABE...



David, um discípulo do Baal Shem Tov, viajava todos os anos até Mezibush para estar com o mestre em Yom Kipur, o dia mais sagrado do ano. Mas naquele ano nada parecia estar dando certo. Ele enfrentou diversos obstáculos na viagem que costumava levar só um dia. Os cavalos se recusavam a andar, uma roda da carruagem quebrou, eles caíram num buraco. David não entendia o que estava acontecendo. Quando faltavam poucos minutos para começar Yom Kipur, ele estava a alguns quilômetros de distância do seu destino. Ia chegar em cima da hora!

Silenciosamente ele pedia para nada mais acontecer para poder chegar a Mezibush a tempo, antes do sol se por. De repente, nove homens vieram correndo em sua direção. Acenaram e pediram para ele parar.

- Somos nove judeus que vivemos neste pequeno vilarejo. Precisamos de mais uma pessoa para completar os dez que precisamos para fazer nossas orações.

O judaísmo exige dez pessoas para que certas orações sejam ditas. Cada uma dessas dez pessoas canaliza uma energia específica, formando um pacote completo que acessa os mundos superiores. Com menos de dez pessoas a conexão é incompleta.

Os nove homens imploraram:

- Por favor, fique conosco para Yom Kipur.

David respondeu:

- Não tem a menor possibilidade. Estou viajando há dias para estar com meu santo mestre em Mezibush no dia mais sagrado do ano. Peço que me desculpem, mas não posso ficar.

E seguiu viagem.

Finalmente chegou ao destino. O Baal Shem Tov, que sempre o recebia com simpatia, simplesmente passou por cima dele ao cumprimentar as pessoas. David achou que o mestre não o tinha visto. Mas no dia seguinte o sábio o evitou novamente. E assim continuou durante uma semana. Ele estava sendo ignorado pelo mestre. Não aguentou mais a dor, e disse:

- Por favor, mestre, me diga o que eu fiz de errado?

O Baal Shem Tov respondeu:

- David, por quantas vidas sua alma esperou pela oportunidade de fazer as rezas de Yom Kipur com aqueles nove homens. Você veio a este mundo só para rezar com eles.

Essa história nos mostra que cada um de nós tem alguma missão ou pacote de tarefas para realizar neste mundo. Precisamos viver sempre em alerta, porque nunca se sabe quando nossa tarefa vem a nós.

quinta-feira, 4 de abril de 2013




Se alguém mergulhar na água
e voltar a emergir sem nada ter recebido
e disser: ‘sou cristão’,
recebe esse nome de empréstimo.
Mas se receber o Espírito Santo,
adquire esse nome de presente.
Não se exige um presente de quem o recebeu,
mas o que foi adquirido de empréstimo
é exigido de volta... 
De quem não os receber efectivamente
(ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo),
até o nome lhe será retirado.
Eles são recebidos na unção da plenitude
e na força da cruz
que os nossos apóstolos chamavam ‘a direita e a esquerda’.
Tal pessoa já não é um cristão,
é um Cristo. 


De: Fundação Rosacruz

terça-feira, 2 de abril de 2013

REVISTA THEOSOFIA- DALAI LAMA- TOLERÂNCIA




Quando eu era menino, sentia que minha religião, o Budismo, devia ser a melhor - e que de algum modo as outras eram inferiores. Agora vejo como era ingênuo e como podem ser perigosos os extremos da intolerância. 

Embora ela possa ser tão velha quanto a própria religião, ainda vemos sinais vigorosos de sua virulência. Na Europa há episódios de violência contra imigrantes muçulmanos. Ativistas radicais condenam coletivamente aqueles que se mantém fiéis a crenças religiosas. No Oriente Médio, as chamas da guerra são insufladas pelo ódio daqueles que aderem a diferentes crenças. 

O mundo está tornando cada vez mais interconectado e as culturas, os povos e as religiões se entrelaçam cada vez mais. A tensão que isso cria testa mais do que nossa tolerância - exige que promovamos a co- existência pacífica e a compreensão através das fronteiras . Admite-se que toda religião tenha um senso de exclusividade, como parte de sua identidade. Mesmo assim, existe potencial para a compreensão mútua. Equanto se preserva a fé, pode-se respeitar e apreciar outras crenças.

Algo que me abriu os olhos foi um encontro com o monge trapista Thomas Merton, Índia, em 1968. Merton disse que conseguia ser perfeitamente fiel ao Crisitianismo e aprender em profundidade o que ensinavam outras religiões, como o Budismo. Hoje, como budista, eu também aprendo o que ensinavam as outras grandes religiões do mundo. Um importante pormenor na minha discussão com Merton foi como a compaixão era a mensagem central tanto no Cristianismo quanto no Budismo. Nas leituras do Novo Testamento, descubro- me inspirado pelos atos de compaixão de Jesus. Seus ensinamentos são motivados pelo desejo de aliviar o sofrimento. Acredito firmemente no poder do contato pessoal para resolver diferenças; por isso, há muito tempo pratico o diálogo com pessoas de outras perspectivas religiosas. O foco sobre a compaixão impressionou-me como um forte fio unificador entre todas as grandes crenças. Atualmente precisamos relaçar o que nos unifica. Aprendi como o Talmude e a Bíblia repetem o tema da compaixão, como nesta passagem em Levítico: "Ama teu próximo como a ti mesmo". Na Índia, consegui ver a centralidade da compaixão também no Hinduísmo. - como está expressa , por exemplo no BHAGAVAD -GITA, que louva aquele que se delicia no Bem Estar de todos os Seres. Esse valor tem sido expresso na vida de grandes seres, como GANDHI ou o menos conhecido BABA Amte, que fundou uma colônia para leprosos próxima a um assentamento Tibetano na Índia. 

O Islâ consagra a compaixão como um profundo princípio espiritual , refletido no próprio nome de DEUS, " o compassivo e misericordioso", que aparece no início de cada capítulo do ALCORÃO. Encontrar terreno comum entre as diferentes crenças pode ajudar a dar fim a divisões desnecessárias. 

Hoje a ação unificada é mais crucial do que nunca. Devemos abraçar a unidade da humanidade à medida que enfrentamos questões globais como pandemias, crises econômicas e desastres ecológicos. Nessa escala, nossa resposta deve ser uma só. 
A harmonia entre as religiões tornou-se um ingrediente essencial para a coexistência pacífica em nosso mundo. A partir dessa perspectiva, a compreensão mútua entre essas tradições é não apenas dever dos religiosos - tem importância para o bem estar de todas as pessoas.


segunda-feira, 1 de abril de 2013

A IMPLOSÃO DA MENTIRA




Mentiram-me. Mentiram-me ontem
e hoje mentem novamente. Mentem
de corpo e alma, completamente.
E mentem de maneira tão pungente
que acho que mentem sinceramente.

Mentem, sobretudo, impune/mente.
Não mentem tristes. Alegremente
mentem. Mentem tão nacional/mente
que acham que mentindo história afora
vão enganar a morte eterna/mente.

Mentem. Mentem e calam. Mas suas frases
falam. E desfilam de tal modo nuas
que mesmo um cego pode ver
a verdade em trapos pelas ruas.

Sei que a verdade é difícil
e para alguns é cara e escura.
Mas não se chega à verdade pela mentira,
nem à democracia pela ditadura.

(fragmento de poesia de Affonso Romano de Sant'Anna)

domingo, 31 de março de 2013

Espetáculo trágico




É uma verdade incrível como a existência da maior parte dos homens é insignificante e destituída de interesse, vista exteriormente, e como é surda e obscura sentida interiormente. Costa apenas de tormentos, aspiraçoes impossíveis; é o andar cambaleante de um homem que sonha através das quatro épocas da vida, até à morte, com um cortejo de pensamentos triviais.
Os homens assemelham-se a relógios a que se dá corda e trabalham sem saber a razão. E sempre que um homem vem a este mundo, o relógio da vida humana recebe corda novamente, para repetir, mais uma vez, o velho e gasto estribilho da eterna caixa de música, frase por frase, com variações imperceptíveis. 


Arthur Schopenhauer-Dores do Mundo

quinta-feira, 28 de março de 2013




"Tendes de provar aos vossos inimigos e aos que vos querem mal, que vossa causa, sendo forte e assentando-se na rocha da Verdade, jamais pode realmente ser impedida em seu progresso por nenhuma oposição, por forte que seja, se todos vos unirdes e atuardes em concordância."

Mestre Kuthumi

quarta-feira, 27 de março de 2013

A PROPRIEDADE ESPIRITUAL DO ALIMENTO (H. Spencer Lewis)





Parte I

O VERDADEIRO ALIMENTO ESPIRITUAL

“Alguns especialistas em dietas provavelmente sorrirão ante os argumentos apresentados neste ensaio, devido a sua total ignorância quanto à natureza espiritual dos alimentos e talvez à verdadeira natureza espiritual do próprio ser humano. Mas os antigos místicos, que se aprofundaram muito neste assunto, preservaram suas descobertas, de maneira que podemos encontrá-las nos escritos antigos, sagrados e secretos das várias escolas de pensamento espiritual, e muitas formas modernas de pesquisa científica provaram a veracidade dessas velhas idéias.

Segundo essas antigas idéias, todo vegetal fresco dotado de caules, ramos e folhagem verde que se projetem acima da superfície da terra, está carregado de grande quantidade de essência espiritual, que as folhas e os caules receberam do Sol e da umidade do ar; e essa essência, presente nas folhas e nos caules dos vegetais, constitui uma energia vital necessária ao aspecto espiritual da vida humana.

Há muitos anos, um eminente Rosacruz da Itália descobriu um meio de extrair essas essências líquidas das folhas e dos caules de certas plantas que servem para alimentação, e conseguiu engarrafá-las antes que perdessem a vitalidade. Chamou esses extratos de “elétricos”, por falta de um nome melhor, e abriu uma clínica e um laboratório numa das altas montanhas da Itália, onde pessoas de todas as partes da Europa o procuravam para se tratar de doenças que nenhum outro sistema conseguia curar.

Mais tarde se verificou que esses extratos não eram remédios ou drogas, nem atuavam como os chamados extratos de ervas comumente usados hoje em dia, mas, eram extratos nutritivos que supriam as glândulas de uma forma muito especial de energia de que elas necessitavam para manter o aspecto psíquico, mental, nervoso, espiritual, do homem, funcionando devidamente. Isto veio provar o argumento dos antigos filósofos, quanto à qualidade espiritual dos alimentos.

Todos já ouvimos falar da maravilhosa ciência que foi desenvolvida pelos chineses, no tocante a seus extratos de ervas. Verificaram eles que certas ervas e plantas, não só continham essências boas para alimentação, especialmente para o funcionamento glandular do organismo físico, mas, alguns desses extratos eram bons para curar doenças.

Todos sabemos que a causa real, fundamental, da doença, é uma composição anormal ou inarmônica do sangue, enfraquecendo-se com isto a energia nervosa, bem como o funcionamento incorreto das glândulas, devido à falta de suprimento da energia adequada às mesmas. A necessária energia ou vitalidade para o sangue só pode ser suprida de dois modos: pela energia contida na correta espécie de alimento e pela energia introduzida no organismo pela respiração.



Parte II

VEGETAÇÃO ESPIRITUAL

A solução, então, está em encontrar a espécie adequada de alimento e comê-la de modo correto. Um dos grandes cientistas modernos, o Dr. D. T. MacDougal, Pesquisador Associado da Instituição Carnegie, Washington, D.C., escreveu um livro intitulado The Green Leaf (“A Folha Verde”), editado por D. Appleton & Company, New York. Neste livro diz ele, entre outras coisas: “Todos os seres vivos são compostos das mesmas substâncias comuns que compõem a terra, o ar e a água, sem vida, ao nosso redor... Um punhado de solo, uma xícara de água e uma brisa fresca, forneceram todas as espécies de matéria necessárias ao
crescimento de bacilos, musgos, árvores, ratos, ou homens.”

Em outras palavras, afirma o Dr. MacDougal que, no que tange à parte física, química, material, do corpo, a composição do homem nada tem de diferente daquilo que compõe árvores, ratos, micróbios, ou qualquer outra coisa que vive e cresce na face da Terra. Se desejamos pesquisar aquilo que torna o homem diferente de todos os demais seres vivos, devemos procurar algo mais em sua composição. Neste particular, diz o Dr. MacDougal: “A folha verde, ou a clorofila, é o conversor que opera o máquina do reino vivo. O poder pelo qual matérias-primas são decompostas, recombinadas, e associadas de modo a compor a base física da vida, vem à Terra como energia radiante, sob forma de luz do Sol.”

Se consultarmos os melhores livros científicos, vemos que clorofila é a singular essência semiquímica e espiritual das plantas, que lhes confere sua cor verde. Trata-se de uma essência peculiar, muito difícil de analisar do ponto de vista químico, porque encerra algo que não é puramente terreno ou químico. Se essa estranha essência não está presente numa planta, como por exemplo, num fungo, essa planta não é verde.

A clorofila, não apenas confere cor verde às plantas, mas, supre-as de uma espécie de vitalidade ou energia que possibilita à planta viver independente ou separadamente de outras plantas. Os fungos, por exemplo, e muitas espécies semelhantes de vegetação ou matéria viva, que não possuem essa estranha essência da clorofila, tornam-se parasitas e têm de se ligar a alguma outra coisa que tenha clorofila, para que dela possam extrair a vitalidade ou essência necessária à vida.

Aqui vemos, portanto, uns dos grandes milagres de Deus e, no entanto, uma das mais simples de todas as leis da natureza. A folha verde de uma planta tem esta cor não somente devido a uma substância corante, mas, graças à vitalidade nela presente, de modo que, quando essa vitalidade se esvai da planta, sua parte verde passa a marrom e amarela e a planta começa a morrer, ou a se deteriorar.

Não constitui afirmação arbitrariamente especulativa ou mística, dizer que essa clorofila é uma parte da divina essência do universo, colocada na vida vegetal para alimentar todos os seres vivos, pois, mesmo a ciência tem provado que isto é verdadeiro. Citemos novamente o Dr. MacDougal, neste particular: “A incidência diária de luz solar sobre as folhas verdes movimenta as engrenagens dos moinhos que decompõem as partículas de gases e sais que foram absorvidas pela planta, e as partes resultantes são recombinadas formando substâncias muito mais complexas... Em suma, a conversão primária de certos raios do Sol e seu emprego
na produção das complexas substâncias do protoplasma ocorrem em folhas e células verdes, por toda parte e em nenhuma outra parte.”

Podemos recorrer a um outro eminente cientista, Roger J. Williams, professor de Química da Universidade de Oregon. em seu livro, “Bioquímica”, editado por D. Van Nostrand Company, de New York, diz ele: “Todos os organismos precisam de energia para desenvolver suas atividades. As plantas verdes obtêm sua energia diretamente da luz solar. Alguns organismos obtêm-na da oxidação da amônia e de outras substâncias inorgânicas. Muitos organismos, com exceção das plantas verdes, entretanto, obtêm energia da oxidação parcial ou total de compostos orgânicos.”

Queiram notar que ambos os cientistas nos dizem, claramente, que certos raios de Sol, necessários para a essência espiritual da vida, só podem ser introduzidos no corpo através de folhar verdes ou das células de vegetação verde, e DE NENHUM OUTRO MODO. Certamente, isto prova que há uma propriedade espiritual em certos alimentos.



Parte III

ALIMENTO VEGETAL

Nossa pesquisa demonstra que a célula vegetal, especialmente verde, é a fonte primária de todos os bons alimentos, e que a célula verde da matéria vegetal é a única fonte da mais elevada forma de vitalidade espiritual. A ciência descobriu, recentemente, que os vegetais de folhas verdes são abundantes fontes de vitaminas e outros elementos necessários ao organismo humano.

Um outro ponto muito importante que foi comprovado por muitas pesquisas científicas, nos últimos anos, é que essas células da vegetação verde não são destruídas pela mastigação, não são solúveis em água, mas são danificadas pelo calor e a fervura. A despeito de como sejam essas células de vegetação verde ingeridas, por mastigação e mistura com saliva e outros ácidos na boca e no estômago, retêm elas sua forma e sua essência vital pura, desde que não sejam fervidas ou alteradas pelo calor. 

Portanto, esses milhões de minúsculas células verdes, altamente carregadas de essência espiritual, passam diretamente pelo sistema digestivo da boca e do estômago, para a corrente sanguínea, onde descarregam sua vitalidade ou energia, num modo que transcende a humana concepção.

Ora, é esta espécie de essência espiritual, que entra no organismo humano através da corrente sanguínea, que supre a maior quantidade de energia ao sistema nervoso, aos centros psíquicos e, especialmente, às glândulas.

(...) Isto se deve a que esses elementos verdes não apenas fornecem a vitalidade e a energia necessárias a que as glândulas funcionem devidamente, mas, dotam o sangue de uma qualidade que constitui uma proteção contra doenças, destruindo germes e corrigindo condições anormais do sangue e da energia nervosa do corpo. (...)

O famoso cientista, E. V. MacCollum, em seu livro “Foods, Nutrition and Health” (“Alimentos, Nutrição e Saúde”), preparado com a colaboração de um outro eminente cientista, Nina Simmonds, afirma “Se o sangue não contém as substâncias certas e nas proporções corretas, a restauração dos desgastes não se processa adequadamente. o resultado é a diminuição da vitalidade e imperfeições nas funções dos diversos órgãos. O fígado, os rins e outras estruturas vitais, podem, devido a uma nutrição defeituosa, falhar e manter sua eficiência pelo tempo em que deveriam fazê-lo.”

De tudo o que foi acima exposto, vemos que a alimentação não é apenas um meio de manter ou aumentar a robustez física do corpo, mas, também de manter as qualidades espirituais apropriadas, no corpo, de modo que o caráter e a personalidade possam evoluir e as faculdades e heranças espirituais superiores do homem possam desabrochar e funcionar para o máximo benefício do homem.

Vemos, portanto, que a correta respiração, juntamente com exercícios que provoquem respiração mais profunda, líquidos puros e alimentos vitalizantes, são essenciais à vida.”

segunda-feira, 25 de março de 2013





O discípulo do Tai-Chi não fugirá da luta, jamais.
Pois sabe que a montanha e todas as coisas que surgem no seu caminho
são elementos de aprendizado para sua experiência na terra.
Libera sua força e ataca como um tigre e se defende como tigre,
usa energia de seu interior e a expande.
Prossegue sua jornada lutando,
estando sempre no limiar de situações aparentemente antagônicas.
O homem agradece este presente dos céus e regressa à terra.
E nisso, surge um lago de águas calmas e brilhantes
simbolizando um problema do interior do guerreiro,
um problema espiritual, que não pode ser enfrentado com socos e pontapés.
O sábio, ao encontrar o lago, caminha com uma máxima suavidade,
por sobre as águas, tornando-se leve como o vento, leve como um espírito,
atravessando até chegar à sua margem e então ele olhará
para o lago e para os novos horizontes.
Continua o seu caminhar, porém seus passos não são como de início.
São mais belos e harmoniosos apreciando novas situações.
Até que o nosso caminhante se depara com o bruxo, o mago,
a personificação do medo do desconhecido.
O bruxo somente estará morto pela flecha da sabedoria,
removendo o sentimento de terror e ignorância que caia na consciência dos homens.
Depois de ter enfrentado seus fantasmas, o nosso venerável guerreiro
caminha guiado pela sua consciência e encontra o monge,
o mestre, o sábio, que aponta uma nova direção, mudando o seu rumo.
Ele segue esta orientação tranqüilo.
Porém, no terceiro passo, ele se depara com um abismo e decide saltar,
retornar é o caminho dos covardes.
O nosso guerreiro se encontra no fundo do abismo envolto pela escuridão
e como uma serpente ele rasteja pela lama do fundo do abismo
sem enxergar uma direção a seguir, rastejando; sujando-se de lama, ele percebe
que, como uma serpente, deve levantar, erguer-se para avistar novos horizontes.
Neste momento ocorre a morte do velho guerreiro.
E o nascimento de um novo homem que observa no horizonte distante uma luz
e resolve ir na sua direção, porém percebe algo estranho,
quanto mais ele caminha na sua direção mais ela se afasta.
Então ele pára e medita, e decide caminhar em direção oposta,
caminhando para o seu interior.
Procurou tanto nas coisas externas
e quando ele se volta para o seu interior ocorre a iluminação.
A felicidade brota no seu ser e ele está livre para alçar o vôo,
como uma gota de água no oceano que se evapora,
cai com a chuva formando os rios;
mas não há outro destino senão retornar ao grande oceano.
Liberto ele voa retornando ao lar, retornando ao grande Tao.
E este homem já não sabe mais o que é o céu
nem a terra, pois ele e toda a natureza,
tudo que está a sua volta são uma coisa só".

quarta-feira, 20 de março de 2013

De “Aulas da Vida”




"Olhai os lírios do campo; eles não trabalham nem tecem; no entanto eu vos digo: mesmo Salomão, em toda sua glória, não se vestiu como um deles". S. Mateus 6-28

"A lição nos adverte contra as inquietações improdutivas, sem compelir-nos à ociosidade.

O lírios para se evidenciarem quais se revelam não se afligem e nem ceifam; no entanto, esforçam-se com paciência, desde a germinação, na própriodesenvolvimento, abstendo-se de agitações pela conquista de reservas desnecessárias com receio do futuro, por acreditarem instintivamente nos suprimentos da vida.

Não fiam nem tecem para mostrarem na formosura que os caracteriza; todavia, não desdenham fazer o que podem, a fim de cooperar no enriquecimento do esforço humano.

Não se preocupam em ser gerânios ou cravos e sim aceitem-se na configuração e na essência de que se viram formados, segundo os princípios da espécie.

Não cogitam de criticar as outras plantas que lhes ocupam a vizinhança, deixando a cada uma o direito de serem elas mesmas, nas atividades que lhes dizem respeito à própria destinação.

Admitem calor e frio, vento e chuva, deles aproveitando aquilo que lhes possam doar de útil, sem se queixarem dos supostos excessos em que se exprimam.

Não indagam quanto à condição ou à posição daqueles a quem consigam prestar serviço, seja acrescentando beleza e perfume à Terra ou ornamentando festas e colaborando no interesse das criaturas em valor de mercado.

E, sobretudo, desabrocham e servem, no lugar em que foram situados pela Sabedoria Divina, através das forças da natureza, ainda mesmo quando tragam as raízes mergulhadas no pântano.

Evidentemente, nós, os espíritos humanos, não somos elementos do reino vegetal, mas podemos aprender com os lírios, serenidade e aceitação, paz e trabalho, com as responsabilidades e privilégios do discernimento e da razão que uma simples flor ainda não tem."




quinta-feira, 14 de março de 2013

Uma violeta não pode se tornar uma rosa.




- Interrogante: Diz-se que exemplo é melhor que preceito. Não pode o valor do exemplo pessoal a outro ser considerável, como o seu mesmo?
- Krishnamurti: qual é o motivo por trás dessa pergunta? Não é porque o interrogante deseja seguir um exemplo, pensando que isso poderá levá-lo à realização? Seguir o outro nunca leva à realização. Uma violeta não pode se tornar uma rosa, mas a violeta em si mesma pode ser uma flor perfeita. Não tendo certeza, a pessoa busca certeza na imitação do outro. Isto produz medo do qual surge a ilusão de abrigo e conforto no outro, e as muitas falsas ideias de disciplina, meditação e a subjugação da pessoa a um ideal. Tudo isso simplesmente indica a falta de compreensão da pessoa, a perpetuação da ignorância. Isto é a raiz do sofrimento, e em vez de discernir a causa, você pensa que pode compreender a si mesmo através do outro. Olhar para o exemplo de outro só leva à ilusão e ao sofrimento.

O VAZIO - Tao Te Ching



Trinta raios se unem no eixo;
Por causa do vazio central podemos usar a roda.
Barro é moldado num vaso;
Por causa do espaço vazio podemos usá-lo.
Paredes são construídas e formam um lar;
Por causa das portas podemos usar a casa.
Assim, os utensílios advêm do que existe,
Mas a utilidade advém do não-ser.

sábado, 2 de março de 2013




"SABER SUFI - Algumas vezes a Luz dos Atributos Divinos pode provocar sua reflexão no espelho do coração de acordo com a pureza deste último. Esta Luz distingue-se por um sentimento de bem-aventurança do coração, o que mostra sua procedência de Deus e não dos outros. É difícil descrever essa bem-aventurança. Diz-se que a Luz dos Atributos Construtivos é iluminativa mas não queima; que a dos Atributos Desintegrativos é queimante mas não ilumina. Isso esta além da compreensão do intelecto. Algumas vezes quando a pureza do coração é completa, o Vidente vê o Um Verdadeiro dentro de si quando olha internamente, e o Um Verdadeiro fora se olha para o universo. Quando a Luz Divina é reflectida na luz da alma e do coração, a visão se manifesta sem forma e infinita, única e em harmonia, como a base e o sustento de TODA a existência. Aqui não existe nascer ou morrer, direita ou esquerda, em cima ou em baixo, espaço ou tempo, longe ou perto, noite ou dia, céu ou terra. Aqui a pena se parte, a língua falha, o intelecto mergulha no vazio, a inteligência e o conhecimento perdem o seu rumo na estranheza do deslumbramento.” ( Mestre Sufi – Makdûm-ul-mulk )."

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

SOU RESPONSÁVEL



PELA GUERRA…
– Quando orgulhosamente faço uso da minha inteligência para prejudicar o meu semelhante.
– Quando menosprezo as opiniões alheias que diferem das minhas próprias.
– Quando desrespeito os direitos alheios.
– Quando cobiço aquilo que uma outra pessoa conseguiu honestamente.
– Quando abuso da minha superioridade de posição, privando outros de sua opotunidade para progredir.
– Se considero apenas a mim próprio e a meus parentes pessoas privilegiadas.
– Quando me concedo direitos para monopolizar recursos naturais.
– Se acredito que outras pessoas devem pensar e viver da mesma maneira que eu.
– Quando penso que sucesso na vida depende exclusivamente do poder, da fama e da riqueza.
– Quando penso que a mente das pessoas deve ser dominada pela força e não educada pela razão.
– Se acredito que o Deus de minha concepção é aquele em que os outros devem acreditar.
– Quando penso que o país em que nasce o indivíduo deve ser necessariamente o lugar onde ele tem de viver.

PELA PAZ…
– Se direciono correta e construtivamente os poderes da minha mente.
– Se concedo ao meu semelhante o direito pleno de se expressar, de acordo com seu próprio entendimento das verdades da vida.
– Se reconheço que os meus direitos cessam quando se iniciam os direitos de outros, e aceito isso como um mínimo indispensável de disciplina.
– Se faço uso dos poderes interiores para criar as minhas próprias oportunidades.
– Se consigo promover a evolução dos que me cercam, sem considerar ameaçada a minha posição, e entendo que esta é a minha maior fonte de sucesso.
– Se compreendo que as Leis Divinas diferem das criadas pelo Homem, e que nenhum direito divino especial é concedido a alguém unicamente por seu berço.
– Se reconheço que os recursos naturais devem servir indistintamente a todas as formas de vida, e que não me cabem direitos exclusivos sobre eles.
– Se compreendo que nada é mais livre do que o pensamento e que o pensamento construtivo transforma o Homem, direcionando-o à sua verdadeira meta.
– Quando sinto que toda felicidade depende do simples fato de existir… de estar de bem com a vida.
– Se percebo que todo ser humano pode vir a ser um grato amigo, quando convencido pela argumentação sincera.
– Se considero que “a Alma de Deus adquire personalidade no Homem”, e que este só pode conceber Deus a partir de sua própria percepção da Divindade.
– Se reconheço a mim e ao meu semelhante como partes integrantes do universo e que a cada um cabe a busca do lugar onde melhor possa servir.
“Se estou em paz, eu promovo a paz dos que me cercam. Por sua vez, eles promovem a paz daqueles que estão à sua volta e que também farão o mesmo. Então, a paz começa por mim! E sem ela não pode haver a necessária transformação social.”



– Ralph Maxwell Lewis, FRC