domingo, 21 de abril de 2013

Dalai Lama



Dizem que a vida é curta, mas não é verdade. A vida é longa para quem consegue viver pequenas felicidades. E essa tal felicidade anda por aí, disfarçada, como uma criança tranquila brincando de esconde-esconde.
Infelizmente, às vezes, não percebemos isso e passamos nossa existência colecionando 'Não': A viagem que não fizemos, o presente que não demos, a festa que não fomos, o amor que não vivemos, o perfume que não sentimos.
A vida é mais emocionante quando se é ator e não expectador, quando se é piloto e não passageiro, pássaro e não paisagem, cavaleiro e não montaria.
E como ela é feita de instantes, não pode nem deve ser medida em anos ou meses, mas em minutos e segundos.
Esta mensagem é um tributo ao tempo. Tanto aquele tempo que você soube aproveitar no passado quanto aquele tempo que você não vai desperdiçar no futuro.
Porque a vida é agora. Não tenha medo do futuro, apenas lute e se esforce ao máximo para que ele seja do jeito que você sempre desejou.
A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos.

Dalai Lama

Trecho do Livro "Sete vozes falam", de Catharose De Petri.



Aquele que se decide à auto-rendição
e que voluntariamente se consagra ao átomo-original
- à rosa do coração - entra em ligação com a luz universal.

Esta luz p
rincipia, mais e mais, a falar
e a se manifestar, e corre como uma Fonte,
a fonte do conhecimento e da sabedoria.

É uma grande glória o tornar-se consciente com relação
a determinado conhecimento;
nada ter aprendido e contudo saber.
Poder sempre apelar para a fonte universal,
para poder saciar os demais;
Saber e poder seguir uma senda que conduz ao Infinito;
Peregrinação que vai de força em força.


Rosa Cruz Aurea

sexta-feira, 12 de abril de 2013








O grande Tao Flui e m todo lugar,
tanto para a direita como para esquerda.
Não reter nada;
é disso que dez mil coisas dependem.
Realiza seu propósito silenciosamente
e não reclama.
Nutre as dez mil coisas e, mesmo assim,
não é o Senhor delas.
Não tem objetivo; é muito pequeno.
As dez mil coisas retornam a isso;
ainda que isso não seja o Senhor delas.
É muito Grande. Não mostra Grandeza e,
potanto, é realmente Grande.( Lao Tsu)
 

segunda-feira, 8 de abril de 2013

NUNCA SE SABE...



David, um discípulo do Baal Shem Tov, viajava todos os anos até Mezibush para estar com o mestre em Yom Kipur, o dia mais sagrado do ano. Mas naquele ano nada parecia estar dando certo. Ele enfrentou diversos obstáculos na viagem que costumava levar só um dia. Os cavalos se recusavam a andar, uma roda da carruagem quebrou, eles caíram num buraco. David não entendia o que estava acontecendo. Quando faltavam poucos minutos para começar Yom Kipur, ele estava a alguns quilômetros de distância do seu destino. Ia chegar em cima da hora!

Silenciosamente ele pedia para nada mais acontecer para poder chegar a Mezibush a tempo, antes do sol se por. De repente, nove homens vieram correndo em sua direção. Acenaram e pediram para ele parar.

- Somos nove judeus que vivemos neste pequeno vilarejo. Precisamos de mais uma pessoa para completar os dez que precisamos para fazer nossas orações.

O judaísmo exige dez pessoas para que certas orações sejam ditas. Cada uma dessas dez pessoas canaliza uma energia específica, formando um pacote completo que acessa os mundos superiores. Com menos de dez pessoas a conexão é incompleta.

Os nove homens imploraram:

- Por favor, fique conosco para Yom Kipur.

David respondeu:

- Não tem a menor possibilidade. Estou viajando há dias para estar com meu santo mestre em Mezibush no dia mais sagrado do ano. Peço que me desculpem, mas não posso ficar.

E seguiu viagem.

Finalmente chegou ao destino. O Baal Shem Tov, que sempre o recebia com simpatia, simplesmente passou por cima dele ao cumprimentar as pessoas. David achou que o mestre não o tinha visto. Mas no dia seguinte o sábio o evitou novamente. E assim continuou durante uma semana. Ele estava sendo ignorado pelo mestre. Não aguentou mais a dor, e disse:

- Por favor, mestre, me diga o que eu fiz de errado?

O Baal Shem Tov respondeu:

- David, por quantas vidas sua alma esperou pela oportunidade de fazer as rezas de Yom Kipur com aqueles nove homens. Você veio a este mundo só para rezar com eles.

Essa história nos mostra que cada um de nós tem alguma missão ou pacote de tarefas para realizar neste mundo. Precisamos viver sempre em alerta, porque nunca se sabe quando nossa tarefa vem a nós.

quinta-feira, 4 de abril de 2013




Se alguém mergulhar na água
e voltar a emergir sem nada ter recebido
e disser: ‘sou cristão’,
recebe esse nome de empréstimo.
Mas se receber o Espírito Santo,
adquire esse nome de presente.
Não se exige um presente de quem o recebeu,
mas o que foi adquirido de empréstimo
é exigido de volta... 
De quem não os receber efectivamente
(ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo),
até o nome lhe será retirado.
Eles são recebidos na unção da plenitude
e na força da cruz
que os nossos apóstolos chamavam ‘a direita e a esquerda’.
Tal pessoa já não é um cristão,
é um Cristo. 


De: Fundação Rosacruz

terça-feira, 2 de abril de 2013

REVISTA THEOSOFIA- DALAI LAMA- TOLERÂNCIA




Quando eu era menino, sentia que minha religião, o Budismo, devia ser a melhor - e que de algum modo as outras eram inferiores. Agora vejo como era ingênuo e como podem ser perigosos os extremos da intolerância. 

Embora ela possa ser tão velha quanto a própria religião, ainda vemos sinais vigorosos de sua virulência. Na Europa há episódios de violência contra imigrantes muçulmanos. Ativistas radicais condenam coletivamente aqueles que se mantém fiéis a crenças religiosas. No Oriente Médio, as chamas da guerra são insufladas pelo ódio daqueles que aderem a diferentes crenças. 

O mundo está tornando cada vez mais interconectado e as culturas, os povos e as religiões se entrelaçam cada vez mais. A tensão que isso cria testa mais do que nossa tolerância - exige que promovamos a co- existência pacífica e a compreensão através das fronteiras . Admite-se que toda religião tenha um senso de exclusividade, como parte de sua identidade. Mesmo assim, existe potencial para a compreensão mútua. Equanto se preserva a fé, pode-se respeitar e apreciar outras crenças.

Algo que me abriu os olhos foi um encontro com o monge trapista Thomas Merton, Índia, em 1968. Merton disse que conseguia ser perfeitamente fiel ao Crisitianismo e aprender em profundidade o que ensinavam outras religiões, como o Budismo. Hoje, como budista, eu também aprendo o que ensinavam as outras grandes religiões do mundo. Um importante pormenor na minha discussão com Merton foi como a compaixão era a mensagem central tanto no Cristianismo quanto no Budismo. Nas leituras do Novo Testamento, descubro- me inspirado pelos atos de compaixão de Jesus. Seus ensinamentos são motivados pelo desejo de aliviar o sofrimento. Acredito firmemente no poder do contato pessoal para resolver diferenças; por isso, há muito tempo pratico o diálogo com pessoas de outras perspectivas religiosas. O foco sobre a compaixão impressionou-me como um forte fio unificador entre todas as grandes crenças. Atualmente precisamos relaçar o que nos unifica. Aprendi como o Talmude e a Bíblia repetem o tema da compaixão, como nesta passagem em Levítico: "Ama teu próximo como a ti mesmo". Na Índia, consegui ver a centralidade da compaixão também no Hinduísmo. - como está expressa , por exemplo no BHAGAVAD -GITA, que louva aquele que se delicia no Bem Estar de todos os Seres. Esse valor tem sido expresso na vida de grandes seres, como GANDHI ou o menos conhecido BABA Amte, que fundou uma colônia para leprosos próxima a um assentamento Tibetano na Índia. 

O Islâ consagra a compaixão como um profundo princípio espiritual , refletido no próprio nome de DEUS, " o compassivo e misericordioso", que aparece no início de cada capítulo do ALCORÃO. Encontrar terreno comum entre as diferentes crenças pode ajudar a dar fim a divisões desnecessárias. 

Hoje a ação unificada é mais crucial do que nunca. Devemos abraçar a unidade da humanidade à medida que enfrentamos questões globais como pandemias, crises econômicas e desastres ecológicos. Nessa escala, nossa resposta deve ser uma só. 
A harmonia entre as religiões tornou-se um ingrediente essencial para a coexistência pacífica em nosso mundo. A partir dessa perspectiva, a compreensão mútua entre essas tradições é não apenas dever dos religiosos - tem importância para o bem estar de todas as pessoas.


segunda-feira, 1 de abril de 2013

A IMPLOSÃO DA MENTIRA




Mentiram-me. Mentiram-me ontem
e hoje mentem novamente. Mentem
de corpo e alma, completamente.
E mentem de maneira tão pungente
que acho que mentem sinceramente.

Mentem, sobretudo, impune/mente.
Não mentem tristes. Alegremente
mentem. Mentem tão nacional/mente
que acham que mentindo história afora
vão enganar a morte eterna/mente.

Mentem. Mentem e calam. Mas suas frases
falam. E desfilam de tal modo nuas
que mesmo um cego pode ver
a verdade em trapos pelas ruas.

Sei que a verdade é difícil
e para alguns é cara e escura.
Mas não se chega à verdade pela mentira,
nem à democracia pela ditadura.

(fragmento de poesia de Affonso Romano de Sant'Anna)