domingo, 1 de janeiro de 2012





A ausência de auto-importância é a marca de uma pessoa realmente estudiosa, culta e sábia. Mas esta frase também se presta à interpretação de: "O estudo conduz à disciplina", não uma disciplina imposta externamente por livros sagrados ou outra autoridade. 

Do ponto de vista espiritual, todo estudo deve ser um processo de aprendizagem e não uma absorção de idéias de outras pessoas, de memorizar passagens e acumular informações. A aprendizagem deve fazer surgir uma mudança interior e um crescimento do entendimento.

Se o estudo não conduz à pureza do altruísmo, não há verdadeira aprendizagem. 

O sentimento de unidade fortalece atitudes compreensivas e piedosas e nos impede de fazer certos tipos de ações. 

Quando a unidade é sentida, é possível ferir outrem? Ações prejudiciais são impossíveis para quem é sensível à verdade da unidade. .

Muitas pessoas, especialmente nos países ocidentais, não gostam da palavra "disciplina". Sentem que ela é uma invasão à sua liberdade. 

No Oriente, onde as pessoas aceitam a idéia de uma vida disciplinada, os deveres são cumpridos como parte de uma rotina natural e não se dá muita atenção aos relacionamentos. 

Entretanto, nesta era da informação, ambas as sociedades, ocidentais e orientais, encontram-se caóticas, com o crescente aumento da indisciplina do egoísmo.

Procurar conhecimento avançado, mas ignorar a necessidade de disciplina é uma forma de ignorância. 

O conhecimento brota do interior, do Eu, que é um estado de Conhecimento ou Sabedoria. 

Mas para que esse Conhecimento se manifeste, o que é chamado de personalidade ou eu inferior deve ser disciplinado e subordinado ao verdadeiro Eu. 

A personalidade muitas vezes foi comparada a cavalos indóceis e a macacos agitados. Se permitirmos que ela assuma o controle, irá afastar-nos do conhecimento. Mas com disciplina, ela aprenderá a servir ao Mestre interior.

A instrução que conduz à Sabedoria Divina não pode ser obtida a menos que certas condições sejam preenchidas e rigorosamente cumpridas durante anos de estudo. Verdadeiros instrutores espirituais não aceitam discípulos que relutam em cumprir as condições necessárias.

Há uma lista do que se chama, meios mais eficientes de atingir o verdadeiro conhecimento e preparar-se para o recebimento da sabedoria superior: meditação, abstinência, prática de deveres morais, pensamentos benévolos, boas ações e palavras amáveis, boa vontade com tudo e completo esquecimento do eu. 

Quaisquer dessas orientações posta em prática toma a consciência do estudante muito mais receptiva e sensitiva. Aí então, toda instrução recebida de um instrutor ou de uma fonte externa é assimilada e transforma-se em ensinamento que damos a nós mesmos. É o mesmo que nossa natureza-sabedoria nos diz. 

Nenhuma disciplina é eficaz se não surgir de nossa própria intuição, compreensão e estudo.

Muitos ensinamentos importantes são bastante simples, mas as pessoas preferem desconsiderá-los. Por exemplo, o ensinamento sobre a não-violência é conhecido pelos cristãos que foram advertidos "não resistais ao mal"; a disciplina budista proíbe fazer dano; outras religiões também apóiam o princípio da não-violência. 

Mas muitos interpretam estas instruções conforme sua conveniência e, portanto, suas práticas religiosas não conseguem transformá-los. Somente adotando uma maneira de vida que acalme o cérebro e a mente e conduza à lucidez da percepção, pode a instrução teórica tornar-se verdadeiro conhecimento.

Como dissemos, o sério estudo sobre a unidade da vida elimina a atividade agitada e prejudicial. Da mesma forma, o estudo da lei de causa e efeito, se seriamente buscado, causará uma mudança em nossas vidas e irá conduzir-nos a um estado de paz e harmonia. 

Compreender a lei de causa e efeito significa abster-se de toda espécie de maldade e ter cuidado para que as influências que recebemos sejam boas e úteis. 

A última condição é o completo esquecimento do eu , não acontecerá de um momento para outro, mas quando os outros pontos forem atingidos, o eu inferior será controlado e a mente irá tornar-se humilde e naturalmente disciplinada e desta forma aberta à Sabedoria superior

Ano Novo.





Na Tradição o momento do Equinócio de Áries marca o começo de um novo ano. No dia 20/03, ocorre na terra um fenômeno astronômico denominado Equinócio de Outono, hemisfério sul, e Equinócio de Primavera, no hemisfério norte, neste momento o Sol entra no signo zodiacal de Áries, e um novo ciclo solar se inicia com a caminhada, aparente, do Sol pelos doze signos do zodíaco, indo de Áries a Pisces. No dia dos equinócios, o dia tem duração idêntica à da noite, daí o significado da palavra equinócio. Nada poderia ser mais sábio que iniciar o ano, justamente, com o inicio do ciclo solar, que mostra a “viagem” do Sol pelos signos zodiacais.

O Equinócio da Áries era comemorado como o Ano Novo é o rito de fertilidade que celebra o nascimento da Primavera e o redespertar da vida na Terra.

Procurando manter-se sempre em harmonia com as leis da Natureza e do Cosmos, nossos antepassados, frente a tais fenômenos, celebravam festas e ritos apropriados à ocasião, e adotaram, ao norte do equador, o equinócio da primavera como data para o início do Ano Novo Solar.

Aliás, a constelação de Áries, primeira do Zodíaco e facilmente localizável no céu, já era conhecida pelos babilônios. Cerca de 2.500 anos a.C., diante da freqüência de tais fenômenos, eles fixaram o início do ano, justamente, nessa época.

O calendário romano, antes da reforma determinada por Júlio César, tinha início no mês de março. Este calendário, ou Juliano, em data bem posterior foi revisto e atualizado pelo gregoriano, que é usado até hoje em quase todos os países do mundo.

Na primavera, o movimento aparente do Sol é indicado como um novo nascimento. Nesse período parece que a vida se renova na Terra, pois recebe novas e mais poderosas energias transmitidas pelos raios solares e os benefícios adicionais gerados pela posição harmônica dos planetas que compõem o sistema.

O cristianismo, ao celebrar a Páscoa dias após o equinócio da primavera, tem por objetivo a identificação do ressurgimento do vigor da Natureza com a Ressurreição do Mestre Jesus, o Cristo Salvador, enquanto a comunidade judaica, nessa mesma época, comemora a festa da colheita da cevada e a festa da liberdade, em memória da redenção dos escravos israelitas.

O Cristo-Sol deve avançar para dar-nos vida, e, no equinócio da Primavera, se crucifica na Terra. É precisamente na Primavera que o Senhor deve passar por sua vida, paixão e morte, para logo ressuscitar; a Semana Santa é na Primavera no Hemisfério Norte.

O Sol físico nada mais é que um símbolo do Sol Espiritual, do Cristo-Sol. Quando os antigos adoravam o Sol, quando lhe rendiam culto, não se referiam exatamente ao Sol físico; rendia-se culto ao Sol Espiritual, ao Sol da Meia-Noite, ao Cristo-Sol.

Inquestionavelmente, é o Cristo-Sol quem deve guiar-nos nos Mundos Superiores de Consciência. Vamos refletindo sobre tudo isto, e convém que entendamos o que é o Drama. É necessário que também em nós nasça o Cristo-Sol, ele deve nascer em nós