quarta-feira, 27 de março de 2013

A PROPRIEDADE ESPIRITUAL DO ALIMENTO (H. Spencer Lewis)





Parte I

O VERDADEIRO ALIMENTO ESPIRITUAL

“Alguns especialistas em dietas provavelmente sorrirão ante os argumentos apresentados neste ensaio, devido a sua total ignorância quanto à natureza espiritual dos alimentos e talvez à verdadeira natureza espiritual do próprio ser humano. Mas os antigos místicos, que se aprofundaram muito neste assunto, preservaram suas descobertas, de maneira que podemos encontrá-las nos escritos antigos, sagrados e secretos das várias escolas de pensamento espiritual, e muitas formas modernas de pesquisa científica provaram a veracidade dessas velhas idéias.

Segundo essas antigas idéias, todo vegetal fresco dotado de caules, ramos e folhagem verde que se projetem acima da superfície da terra, está carregado de grande quantidade de essência espiritual, que as folhas e os caules receberam do Sol e da umidade do ar; e essa essência, presente nas folhas e nos caules dos vegetais, constitui uma energia vital necessária ao aspecto espiritual da vida humana.

Há muitos anos, um eminente Rosacruz da Itália descobriu um meio de extrair essas essências líquidas das folhas e dos caules de certas plantas que servem para alimentação, e conseguiu engarrafá-las antes que perdessem a vitalidade. Chamou esses extratos de “elétricos”, por falta de um nome melhor, e abriu uma clínica e um laboratório numa das altas montanhas da Itália, onde pessoas de todas as partes da Europa o procuravam para se tratar de doenças que nenhum outro sistema conseguia curar.

Mais tarde se verificou que esses extratos não eram remédios ou drogas, nem atuavam como os chamados extratos de ervas comumente usados hoje em dia, mas, eram extratos nutritivos que supriam as glândulas de uma forma muito especial de energia de que elas necessitavam para manter o aspecto psíquico, mental, nervoso, espiritual, do homem, funcionando devidamente. Isto veio provar o argumento dos antigos filósofos, quanto à qualidade espiritual dos alimentos.

Todos já ouvimos falar da maravilhosa ciência que foi desenvolvida pelos chineses, no tocante a seus extratos de ervas. Verificaram eles que certas ervas e plantas, não só continham essências boas para alimentação, especialmente para o funcionamento glandular do organismo físico, mas, alguns desses extratos eram bons para curar doenças.

Todos sabemos que a causa real, fundamental, da doença, é uma composição anormal ou inarmônica do sangue, enfraquecendo-se com isto a energia nervosa, bem como o funcionamento incorreto das glândulas, devido à falta de suprimento da energia adequada às mesmas. A necessária energia ou vitalidade para o sangue só pode ser suprida de dois modos: pela energia contida na correta espécie de alimento e pela energia introduzida no organismo pela respiração.



Parte II

VEGETAÇÃO ESPIRITUAL

A solução, então, está em encontrar a espécie adequada de alimento e comê-la de modo correto. Um dos grandes cientistas modernos, o Dr. D. T. MacDougal, Pesquisador Associado da Instituição Carnegie, Washington, D.C., escreveu um livro intitulado The Green Leaf (“A Folha Verde”), editado por D. Appleton & Company, New York. Neste livro diz ele, entre outras coisas: “Todos os seres vivos são compostos das mesmas substâncias comuns que compõem a terra, o ar e a água, sem vida, ao nosso redor... Um punhado de solo, uma xícara de água e uma brisa fresca, forneceram todas as espécies de matéria necessárias ao
crescimento de bacilos, musgos, árvores, ratos, ou homens.”

Em outras palavras, afirma o Dr. MacDougal que, no que tange à parte física, química, material, do corpo, a composição do homem nada tem de diferente daquilo que compõe árvores, ratos, micróbios, ou qualquer outra coisa que vive e cresce na face da Terra. Se desejamos pesquisar aquilo que torna o homem diferente de todos os demais seres vivos, devemos procurar algo mais em sua composição. Neste particular, diz o Dr. MacDougal: “A folha verde, ou a clorofila, é o conversor que opera o máquina do reino vivo. O poder pelo qual matérias-primas são decompostas, recombinadas, e associadas de modo a compor a base física da vida, vem à Terra como energia radiante, sob forma de luz do Sol.”

Se consultarmos os melhores livros científicos, vemos que clorofila é a singular essência semiquímica e espiritual das plantas, que lhes confere sua cor verde. Trata-se de uma essência peculiar, muito difícil de analisar do ponto de vista químico, porque encerra algo que não é puramente terreno ou químico. Se essa estranha essência não está presente numa planta, como por exemplo, num fungo, essa planta não é verde.

A clorofila, não apenas confere cor verde às plantas, mas, supre-as de uma espécie de vitalidade ou energia que possibilita à planta viver independente ou separadamente de outras plantas. Os fungos, por exemplo, e muitas espécies semelhantes de vegetação ou matéria viva, que não possuem essa estranha essência da clorofila, tornam-se parasitas e têm de se ligar a alguma outra coisa que tenha clorofila, para que dela possam extrair a vitalidade ou essência necessária à vida.

Aqui vemos, portanto, uns dos grandes milagres de Deus e, no entanto, uma das mais simples de todas as leis da natureza. A folha verde de uma planta tem esta cor não somente devido a uma substância corante, mas, graças à vitalidade nela presente, de modo que, quando essa vitalidade se esvai da planta, sua parte verde passa a marrom e amarela e a planta começa a morrer, ou a se deteriorar.

Não constitui afirmação arbitrariamente especulativa ou mística, dizer que essa clorofila é uma parte da divina essência do universo, colocada na vida vegetal para alimentar todos os seres vivos, pois, mesmo a ciência tem provado que isto é verdadeiro. Citemos novamente o Dr. MacDougal, neste particular: “A incidência diária de luz solar sobre as folhas verdes movimenta as engrenagens dos moinhos que decompõem as partículas de gases e sais que foram absorvidas pela planta, e as partes resultantes são recombinadas formando substâncias muito mais complexas... Em suma, a conversão primária de certos raios do Sol e seu emprego
na produção das complexas substâncias do protoplasma ocorrem em folhas e células verdes, por toda parte e em nenhuma outra parte.”

Podemos recorrer a um outro eminente cientista, Roger J. Williams, professor de Química da Universidade de Oregon. em seu livro, “Bioquímica”, editado por D. Van Nostrand Company, de New York, diz ele: “Todos os organismos precisam de energia para desenvolver suas atividades. As plantas verdes obtêm sua energia diretamente da luz solar. Alguns organismos obtêm-na da oxidação da amônia e de outras substâncias inorgânicas. Muitos organismos, com exceção das plantas verdes, entretanto, obtêm energia da oxidação parcial ou total de compostos orgânicos.”

Queiram notar que ambos os cientistas nos dizem, claramente, que certos raios de Sol, necessários para a essência espiritual da vida, só podem ser introduzidos no corpo através de folhar verdes ou das células de vegetação verde, e DE NENHUM OUTRO MODO. Certamente, isto prova que há uma propriedade espiritual em certos alimentos.



Parte III

ALIMENTO VEGETAL

Nossa pesquisa demonstra que a célula vegetal, especialmente verde, é a fonte primária de todos os bons alimentos, e que a célula verde da matéria vegetal é a única fonte da mais elevada forma de vitalidade espiritual. A ciência descobriu, recentemente, que os vegetais de folhas verdes são abundantes fontes de vitaminas e outros elementos necessários ao organismo humano.

Um outro ponto muito importante que foi comprovado por muitas pesquisas científicas, nos últimos anos, é que essas células da vegetação verde não são destruídas pela mastigação, não são solúveis em água, mas são danificadas pelo calor e a fervura. A despeito de como sejam essas células de vegetação verde ingeridas, por mastigação e mistura com saliva e outros ácidos na boca e no estômago, retêm elas sua forma e sua essência vital pura, desde que não sejam fervidas ou alteradas pelo calor. 

Portanto, esses milhões de minúsculas células verdes, altamente carregadas de essência espiritual, passam diretamente pelo sistema digestivo da boca e do estômago, para a corrente sanguínea, onde descarregam sua vitalidade ou energia, num modo que transcende a humana concepção.

Ora, é esta espécie de essência espiritual, que entra no organismo humano através da corrente sanguínea, que supre a maior quantidade de energia ao sistema nervoso, aos centros psíquicos e, especialmente, às glândulas.

(...) Isto se deve a que esses elementos verdes não apenas fornecem a vitalidade e a energia necessárias a que as glândulas funcionem devidamente, mas, dotam o sangue de uma qualidade que constitui uma proteção contra doenças, destruindo germes e corrigindo condições anormais do sangue e da energia nervosa do corpo. (...)

O famoso cientista, E. V. MacCollum, em seu livro “Foods, Nutrition and Health” (“Alimentos, Nutrição e Saúde”), preparado com a colaboração de um outro eminente cientista, Nina Simmonds, afirma “Se o sangue não contém as substâncias certas e nas proporções corretas, a restauração dos desgastes não se processa adequadamente. o resultado é a diminuição da vitalidade e imperfeições nas funções dos diversos órgãos. O fígado, os rins e outras estruturas vitais, podem, devido a uma nutrição defeituosa, falhar e manter sua eficiência pelo tempo em que deveriam fazê-lo.”

De tudo o que foi acima exposto, vemos que a alimentação não é apenas um meio de manter ou aumentar a robustez física do corpo, mas, também de manter as qualidades espirituais apropriadas, no corpo, de modo que o caráter e a personalidade possam evoluir e as faculdades e heranças espirituais superiores do homem possam desabrochar e funcionar para o máximo benefício do homem.

Vemos, portanto, que a correta respiração, juntamente com exercícios que provoquem respiração mais profunda, líquidos puros e alimentos vitalizantes, são essenciais à vida.”

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