quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Vivemos em tempos de medo...



Vivemos em tempos de medo! Muito do que empreendemos
tem por conta o zelo pela nossa segurança.
Os homens querem cercar-se de garantias para estar
a salvos, da vida afetiva, profissional,
econômica à integridade física.

É tanta cautela, que todos esses procedimentos
tomados têm cada vez mais afastado as pessoas e
formado um ser humano desequilibrado e frio.
São grades que engaiolam crianças,
blindagens contra a liberdade, ensinamentos
que não transmitimos por medo de perder o cargo,
mãos que não selam acordos. Estamos nos condicionando
a ter o mínimo de contato com o ser humano.

Somos seres dotados de afetividade.
Afetividade é o que afeta, interfere no íntimo da pessoa.
O gênero humano tem por aspiração o ser comunitário.
Precisamos viver juntos, necessitamos uns dos outros.

Sentimentos e afetos são parte do todo do ser humano.
São faculdades que proporcionam cor e
intensidade a cada momento e circunstância
da nossa vida e trazem significado em nosso
interior sobre pessoas e acontecimentos.
Juntamente com o lado racional, as emoções também são
alicerces para tomadas de decisão.

Daí, a importância de cultivarmos boas emoções,
estarmos sadios afetivamente.
E isso acontece por meio do relacionamento,
das conversas, da procura da concórdia,
dos gestos que demonstram carinho e consideração.
Contudo, depois daquele agradável
encontro ou ao ser gerada uma boa impressão a
respeito de alguém, quando entendemos que
amamos e somos amados, o que vem a ser o penhor
e coroar todo tipo de relacionamento são
as diversas formas de contato, como o toque,
o aperto de mãos, o abraço, o beijo, o afago,
entre outros. Gestos muito importantes na construção
de nossa afetividade, que geram homens e
mulheres sadios emocionalmente, pois ao sentirmos o
amor pelo calor humano conectamos a impressão
psicológica e espiritual ao que experimentamos fisicamente.

Então a partir daí todo gesto de amor que recebemos
pode ser sentido pelas três instâncias do ser:
Física, Psiquica e Espiritual.
Um exemplo é quando um indivíduo sabe que sua família o
ama pelas palavras proferidas ou pelo sustento que lhe garantido,
mas se não há o carinho físico, fica faltando uma dimensão.

O amor manifestado para o todo (três dimensões) do ser
humano gera segurança e autoconfiança.
Sentir a mão de quem amamos nos passa a sensação concreta
de porto seguro. Dá uma percepção palpável
do amor que antes intuímos pelo lado racional e na alma.

Jesus tocava os doentes e abraçava as crianças e,
um dia, disse ao fariseu que O convidou para jantar:
“Não me deste o ósculo (beijo); mas esta, desde que entrou,
não cessou de beijar-me os pés” (Lc 7, 45).
Em referência àquela pecadora que, em seu gesto, demonstrou
um amor no qual o anfitrião não o manifestava (cf. Lc 7, 47).
Da mesma forma os apóstolos também tocavam
nos enfermos e assim ministravam a cura
“quando impuserem as mãos sobre os doentes,
estes ficarão curados” (cf. Mc 16, 17-18).

Quem sabe hoje não precisemos abraçar alguém que há muito
não trazemos para perto do coração e deixemos
calar as mágoas passadas num gesto
que é imprescindivelmente humano?
Talvez até pessoas da nossa família,
de dentro de nossa casa que há tempos
não sentimos o calor nem o perfume,
porque não mais nos aproximamos.

Diminuamos as distâncias e
construamos pontes de amor
que nos liguem a outras pessoas.
Não tenhamos medo de apertar a
mão ou envolver com um abraço
aquele(a) que não é ainda parte do
nosso círculo de amizades.
Este gesto pode salvar uma alma.
Há muita gente por aí
precisando de um abraço,
nos hospitais, prisões,
asilos ou talvez no trabalho,
na escola, alguém que esteja
próximo fisicamente de nós.
Vidas gritam por isso!

Um grande abraço a você!

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