domingo, 27 de novembro de 2011

Poemas copiados de CEM POEMAS DE KABIR.


Não vás para o jardim florido!
Ó amigo! Não te voltes para lá;
É em ti que se encontra esse jardim.
Escolhe teu lugar entre as mil pétalas
do lótus, e contempla desse posto
a Beleza Infinita.

Dentro deste vaso de barro
encontram-se os canteiros e os bosques,
e nele está o Criador.
Neste vaso estão os sete oceanos
e um sem-número de estrelas.
A pedra filosofal e o que louvam suas virtudes
estão em seu interior;
E neste vaso o Eterno soa, e a fonte mana.
Kabir diz: "Escuta, amigo! Meu Bem-Amado Senhor
está em teu interior!"

A Ti atraíste meu amor, ó Fakir!
Eu estava adormecido e abandonado
à minha sorte e Tu me despertaste,
sacudindo-me com Tua voz, ó Fakir!
Eu estava afogando-me nas profundezas
do oceano deste mundo e Tu me salvaste
sustendo-me em Teu braço, ó Fakir!
Uma palavra Tua - não duas - e fizeste-me
romper todos os meus cativeiros, ó Fakir!
Kabir diz: "Uniste Teu coração ao meu, ó Fakir!"

Ó Servidor! Onde estás a Me procurar?
Olha! Estou a teu lado.
Eu não estou nem no templo nem na mesquita.
Não me encontro na Caaba muçulmana
ou no Kailash dos deuses hindus:
Não estou nos rituais e cerimônias,
tampouco no ioga e nas mortificações.
Se és buscador sincero, em breve me verás:
chegará o momento de encontrar-Me.
Kabir diz: "Ó Sadhu! Deus é a respiração 
de tudo o que respira".

O rio e suas ondas são um mesmo fluxo:
qual a diferença entre o rio e suas ondas?
Quando se crispa a onda, é a água que se eleva;
e quando a onda cai, é novamente e ainda
água. Dize-me Senhor, a diferença:
por ter sido denominada onda, não mais devemos
considerá-la água?
No seio do Supremo Brahma, os mundos alinham-se
como contas:
Contempla esse rosário
com os olhos da sabedoria.

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