sábado, 4 de agosto de 2012

Continuando no tema os 12 Trabalhos de Hércules, veremos agora o trabalho relacionado ao signo de Gêmeos.



O trabalho de Hércules relacionado ao signo de Gêmeos é a obtenção das maçãs de ouro das Hespérides. Este é um trabalho muito longo, 
cheio de um rico simbolismo, representando o desafio de trazer as elevadas ideias e aspirações para a vida prática, assim manifestando sabedoria.

No mito, as Hespérides eram três ninfas que habitavam um jardim secreto, onde crescia uma árvore que dava frutos de ouro.

Hércules recebeu a tarefa de conseguir tais frutos, mas ninguém sabia onde o jardim ficava. O herói iniciou a sua busca indo para o norte, a procura da orientação do sábio Nereu. E muitas vezes ele encontrou Nereu sem reconhecê-lo, nem reconheceu as pistas que o sábio sutilmente lhe forneceu. Depois, Hércules foi para o sul e confrontou-se com a serpente Anteus, invencível quando em contato com a terra. O herói teve que erguê-la e sufocá-la no alto para alcançar a vitória e poder prosseguir. Então foi para o oeste e conheceu Busiris, que afirmava ser o único portador da verdade. 

Hércules acreditou nele e tornou-se seu seguidor, esquecendo-se de sua busca e perdendo muito tempo. Até que recordou e compreendeu certas palavras de Nereu: “A verdade está dentro de ti”. Assim libertou-se e retomou a busca das maçãs de ouro.


Em seguida, Hércules encontrou Prometeu acorrentado a uma rocha, com abutres comendo-lhe o fígado. E de novo esqueceu-se de sua busca, mas desta vez para ajudar alguém que precisava de socorro. Ele afugentou os abutres, libertou Prometeu e cuidou de suas feridas. E eis que Prometeu indicou-lhe a direção em que deveria procurar o jardim. Para o leste, então, Hércules foi, mas quando finalmente achou a árvore, viu Atlas ali próximo, sustentando o peso do mundo sobre seus ombros. E mais uma vez, Hércules se esqueceu do seu objeto de desejo e foi auxiliar Atlas em sua tremenda tarefa. Ele transferiu o peso dos ombros de Atlas para os seus próprios. Liberado, Atlas e também as Hespérides trouxeram as maçãs de ouro para Hércules, e assim o trabalho foi cumprido.

O ouro representa a alma, tal como a prata representa a personalidade. Um fruto de prata simbolizaria o conhecimento material; as maçãs de ouro do mito simbolizam a sabedoria espiritual. O fruto é a última coisa produzida pela árvore, como resultado de todas as etapas anteriores de seu ciclo vital. A sabedoria, semelhantemente, deve ser produzida pelo próprio indivíduo, aprendendo com as suas experiências na vida. No entanto, a árvore não produz o fruto para si mesma, mas para o mundo. A sabedoria também: existe para ser compartilhada.

Em sua busca pela sabedoria, Hércules inicia pelo norte, símbolo da sua interioridade ou subjetividade. O sábio Nereu representa a própria alma de cada indivíduo, que lhe fornece muitas orientações sutilmente, muitas vezes sem que este as reconheça como tais. No sul (o mundo externo e concreto), Hércules confronta-se com a serpente dos poderes psíquicos e dons espirituais de todo tipo, que atrapalham quando se enfatiza a sua aparência (a terra ou chão), em vez do seu significado. No oeste (o contato com os outros), Hércules permitiu-se acreditar que só por fazer parte de certo grupo e seguir certa autoridade (Busiris) ele já estaria mais próximo da sabedoria. Mas a única e verdadeira autoridade é a sábia voz da própria consciência dentro de cada indivíduo.

Gradualmente, através de tentativas e erros, o indivíduo compreende que ninguém pode dar-lhe a sabedoria, mas ela vai desabrochar em seu interior à medida que ele procura aliviar o sofrimento da humanidade (Prometeu) e cooperar com o trabalho dos Instrutores da humanidade (Atlas). Quando estamos empenhados em servir, a sabedoria vem como uma consequência natural.

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