sábado, 3 de abril de 2010

A PALAVRA



No princípio era a palavra, e a Palavra estava com Deus e a Palavra era Deus. Ela estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele e sem Ele nada do que foi feito teria sido feito. Nele estava a vida; e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandeceu na escuridão; e a escuridão não a conteve.

O significado mágico da Palavra – a condutora do conhecimento, a comunicadora, a registradora, o veículo da expressão dos mais profundos pensamentos e a mais profunda sabedoria da humanidade – tem sido parte da nossa história e experiência desde o alvorecer dos tempos.

No Egito Antigo acreditava-se que a Inteligência Divina, ou a Sabedoria, no momento da Criação proferiu a palavra que resultou na formação do mundo. Este originador divino foi personificado pelo deus Thoth.

Thoth era um deus sem pais; ele já existia desde o começo.

Na mitologia egípcia, Thoth é geralmente representado com o corpo de um homem, e a cabeça de uma Íbis. O verdadeiro significado da Íbis não é conhecido. Às vezes ele também era representado como um babuíno com a cabeça de um cachorro. Ele era o Deus da Sabedoria, do Aprendizado e da Justiça. Mas, acima de tudo, ele era o Deus das letras e o escriba dos Deuses; ele era um cronógrafo e um grande mago, às vezes chamado de Demiurgo.

O poder da Palavra não está, pois, somente na palavra falada, mas também, na palavra escrita. É a linguagem e o seu uso que distinguem a humanidade de todas as outras formas de vida nesse planeta. Sem a palavra seríamos incapazes de nos comunicar ou registrar conhecimento; quaisquer descobertas que fizéssemos morreriam conosco e ainda estaríamos vivendo nossas vidas da mesma forma instintiva que os animais.

Imagine como seria a sua vida se ninguém nunca falasse uma palavra e se fosse incapaz de pensar ou ler qualquer palavra. O que você saberia? Como pensaria ou raciocinaria?

Foi somente com a descoberta e o conseqüente esclarecimento do significado dos hieróglifos egípcios na Pedra de Roseta, descoberta em 1799 – trazendo inscrições em hieróglifos egípcios, caracteres demóticos e em grego – que a sabedoria e o conhecimento do Egito Antigo, aprisionados na escrita hieroglífica, se tornaram novamente acessíveis ao mundo. É ao gênio, conhecimento e perseverança de Jean-François Champollion – um francês nascido em 1790 – que devemos a nossa capacidade de hoje ler e compreender as escritas dos Antigos Egípcios. Durante sua curta vida de quarenta e um anos, ele revelou o significado de mais de quatro mil anos da palavra escrita.

O mundo do “Senhor dos Livros Divinos”,”O Escriba da Compania dos Deuses”, novamente se tornou acessível, com sua sabedoria novamente participando do progresso da humanidade.

Dizia-se que Thoth foi o inventor da fala e da escrita; foi ele quem registrou os pensamentos e os feitos da humanidade; ele foi a língua que, junto com Hórus – que era o coração – foi o agente de Ptah, a Vontade do Deus supremo. Ele foi o mensageiro dos Deuses que trouxeram sua Palavra e Luz para a humanidade.

Sendo o deus da Sabedoria, do Aprendizado e da Literatura, a Thoth foi atribuída a autoria de todos os livros sagrados, cujo número diziam ser quarenta e dois. Eles tratavam de assuntos de templo tais como educação, rituais, medicina, astrologia, hinos, geografia e palavras para a orientação dos Reis.

Os poderes e a influência de Thoth se estendiam através do Egito; e lhe foi dado o título de Três Vezes Grande.

Durante séculos os antigos Deuses haviam orientado a vida do Egito; mas nada dura para sempre, nem mesmo os Deuses, tampouco modos de vida aparentemente indestrutíveis.

Em 525AC, o Egito foi invadido pelos persas e, durante quase dois séculos, foi por eles dominado. Assim terminou o reinado das antigas dinastias.

Mas os países não vivem em isolamento; há comércio, migração e comunicação entre eles. Atravessando o mar Mediterrâneo havia a civilização Minoana de Creta; ao leste ficava a Mesopotâmia, que foi o berço das civilizações da Suméria e da Babilônia e as terras dos hebreus. Mais longe ainda, no Oriente, estavam a Índia e a China, e há evidências que sugerem que existia contato entre essas terras e o Egito, mesmo em tempos muito antigos. Sem dúvida, as palavras escritas e faladas foram veículo da “fecundação cruzada” de idéias e crenças entre estas antigas culturas.

Em 332AC, Alexandre o Grande, da Grécia, invadiu o Egito e, assim o fazendo, alterou para sempre o curso da história egípcia.

Quando Alexandre morreu, um dos seus generais, chamado de Ptolomeu, tornou-se regente do Egito e inaugurou a dinastia de monarcas gregos, que reinaram no Egito até a morte de Cleópatra em 30AC; após isso, o Egito tornou-se um satélite do Império Romano durante os próximos três séculos e meio.

Um número crescente de gregos veio, então, morar no Egito, trazendo seu idioma, idéias e modos de vida.

A cidade de Alexandria, que Alexandre havia fundado, tornou-se um grande centro de cultura e sofisticação; tornou-se a sede suprema do aprendizado do mundo clássico. Aqui havia escolas, museus e, principalmente, bibliotecas – os depósitos do poder da Palavra.

Entre as grandes mentes que estudaram e ensinaram na Alexandria estava Euclides, o matemático, cuja geometria ainda estudamos hoje em dia. Aqui também viveu Erastóstenes, que não só descobriu que a terra é uma esfera, mas também calculou sua circunferência.

Entre aqueles que contribuíram para o conhecimento na Alexandria estavam Ptolomeu, o astrônomo e astrólogo; Galeno, o médico; Maneto, o historiador que compilou uma lista definitiva dos Faraós e dinastias; e, na era Crstã, Orígeno e Bispo Clemente, que foram teólogos famosos.

Acima de tudo, havia filósofos, como Plotínio, Próctus e Philo, que lá formulavam sua idéias e ensinavam.

Com a influência grega no Egito crescendo de forma constante, grandes semelhanças começaram a ser traçadas entre e os Deuses egípcios e os gregos. Como Hermes era o mensageiro grego dos Deuses, naturalmente ele ficou associado a Thoth, o mensageiro egípcio. Assim também os escritos associados a Thoth foram associados a Hermes, e passaram a ser conhecidos como escritos Herméticos.

Os ensinamentos dos escritos Herméticos encorajavam o uso do intelecto, de práticas espirituais, como a meditação, e do treinamento da memória. Eles encorajavam a experiência direta do sagrado pelo indivíduo e o conhecimento individual direto do absoluto. Não encorajavam a crença em dogmas, dando ênfase aos esforços e pensamentos pessoais. Não é nenhuma surpresa, portanto, que seus ensinamentos fossem vistos como uma ameaça pela – cada vez mais influente – igreja Cristã. A Alexandria se tornava a cada vez mais sujeita aos perigos da guerra e da intolerância. Finalmente, em 391DC, houve a queima das grandes Bibliotecas Alexandrinas e, como resultado, todas as escrituras, junto com o vasto depósito de antigas palavras de conhecimento e sabedoria, foram “perdidos”para o pensamento exotérico por muitos anos.

Desse momento em diante, a Alexandria não mais atraía os pensadores, filósofos e mestres. A Cristandade Ortodoxa fez com que a liberdade de pensamento se tornasse cada vez mais difícil, se não perigosa. Acredita-se que muitos intelectuais e filósofos acharam um novo lar na cidade de Harran, na Ásia Menor, conhecida hoje como Urfa e anteriormente como Edessa. Houve lá uma academia que existiu até o século X. Foi de Harran que, um dia, o pensamento Hermático mais uma vez emergiu.

No século VII, o profeta Maomé fundou a religião do Islã. Embora seus seguidores não fossem Hermetistas, eles não se opunham às suas idéias, e conheciam muitos dos escritos. O Islã se tornou o veículo através de qual muita das antigas palavras foram preservadas e distribuídas.

Os seguidores árabes do Islã trouxeram um período de estabilidade, cultura e paz, quase se estabeleceram no sul da Espanha, vindos do Norte da áfrica. Até a segunda metade do século X, havia várias bibliotecas em Córdoba; a maior delas dizem ter abrigado mais de 400.000 livros. Aqui, muitas traduções e cópias foram feitas de textos vindos de tradutores em Harran e Bagdá. Havia um refúgio para estudiosos e pensadores no sul da Espanha e milhares de estudiosos congregaram-se ali – ao mesmo tempo escolas da Kabbalah judaica estavam se desenvolvendo no sul da Espanha; mas isso é uma outra estória – até que tudo chegou ao fim em 1492, com a expulsão dos mouros e dos judeus da Espanha. Agora, o poder da Inquisição impunha um período negro temor e repressão do pensamento àqueles que previamente tinham conhecido a liberdade.

Mas as palavras e a Sabedoria que elas trazem são como a água; obstrui-se um canal, e elas acham um outro através do qual possam fluir.

Durante os três séculos anteriores, as Cruzadas causaram muito movimento de pessoas através da Europa, África do Norte, e das terras acerca de Jerusalém. Onde as pessoas estão, lá também estão idéias e palavras, faladas e escritas, e as pessoas das cruzadas não foram exceção; eles carregaram a tradição Hermética com eles.

Um canal também foi fornecido por alguns soberanos excepcionalmente dotados e perspicazes nos países da Europa. Já no início do século XIII, houve Alfonso o Sábio, que reinava em Castela. Ele foi conhecido como um rei filósofo e um astrônomo renomado.

Então, houve o Sagrado Imperados Romano Frederico II, que encorajou a erudição e o estudo de hermetismo, da astrologia e da alquimia, juntos om muitas outras matérias, como a medicina e a anestesiologia. Ele fundou a Universidade de Nápoles em 1224, assim pré-datando a maioria das agora renomadas Universidades da Europa. Ele foi suficientemente poderoso para ser capaz de desafiar a Igreja Romana e estender sua proteção áqueles no seu reino.

Naquele tempo, por mais paradoxal que pareça, havia também grandes mentes trabalhando dentro da estrutura da igreja ortodoxa; estudando – pasmem – temas como a alquimia e a astrologia, e lendo textos em latim, hebraico, árabe e grego. Na Inglaterra havia o frade Franciscano Roger Bacon e na Alemanha, Albertus Magnus, que se tornou Bispo da igreja.

A igreja de Roma mantinha autoridade suprema sobre a vida dos países da Europa Ocidental; mas em Bizâncio, ao Leste, o poder estava nas mãos da igreja Ortodoxa, que possuía opiniões mais liberais, havendo, de fato, preservado e estudado muito dos escritos Herméticos. Durante séculos, houve conflito entre as duas (igrejas). Em 1438, um grande concílio foi planejado, com a intenção de resolver as diferenças e reunir a Cristandade.

O destino, todavia, deu uma guinada nos eventos – uma erupção repentina da peste em Ferrara significou a mudança do local do concílio para a Florença – domínio do banqueiro do Papa, Cosme de Médici. O concílio se reuniu por um ano e não conseguiu resolver as diferenças entre as duas igrejas – mas a união das mentes que o concílio ocasionou iria mudar o curso da história.

Cosme de Médici era um homem de visão; ele reunia à sua volta pensadores e filósofos, e era poderoso o bastante para lhes dar proteção contra acusações de heresia. Nesse “clima” foi que centenas de estudiosos e eclesiásticos vieram acompanhando o Imperador Bizantino ao concílio. Entre eles estava um homem chamado George Gemistos que adotou o nome de Plethon. Ele ganhou desenvoltura na liberdade que Florença oferecia, ministrando e ensinando sua crença numa religião universal que ele achava que iria abrir a porta para a Verdade e o entendimento universal entre os povos. Cosme de Médici ficou tão inspirado por ele que o comparou a um outro Platão, e concebeu a idéia dele mesmo um dia fundar uma Academia Platônica em Florença.

Em 1453, o Império Bizantino chegou ao fim; Constantinopla foi tomado pelos turcos e isso gerou um influxo ainda maior de estudiosos à Florença , trazendo consigo manuscritos de valor inestimável, o que deu a Cosme de Médici o estímulo para tornar seu sonho realidade. Ele convocou um jovem e brilhante aluno da Universidade da Bolonha, Marsílio Ficino, de somente vinte e seis anos de idade, para presidir sua nova Academia.

Ficino trabalhou na tradução dos manuscritos de Constantinopla até 1460, quando Cosme de Médici adquiriu uma cópia da “Hermética”e o instruiu a concentrar toda a sua atenção na tradução desses escritos.

As comportas tinham sido abertas e, partindo de Florença, durante os próximos anos, uma imensa onda de palavras escritas e faladas inundou as mentes e os corações dos povos da Europa.

Um jovem aluno de Ficino tornou-se mais e mais proeminente – Giovanni Pico de Mirandola. Um estudante excepcional e dotado, ele escreveu um compêndio de novecentas teses Hermeticamente orientadas; ele as publicou em Roma, o que logo lhe causou problemas com a igreja. A morte do Papa e a intervenção de Lorenzo de Médici, que agora governava em Florença, o salvaram. Ele voltou para Florença, onde continuou a escrever e ensinar Hermetismo e Kabbalah, até sua morte prematura, com a idade de trinta e um anos. Ele planejou um discurso para a defesa das suas teses herméticas que, de fato, nunca proferiu – as palavras desse discurso são, no entanto, tão válidas hoje como no dia em que as escreveu; “O Homem não precisa ser uma vítima infeliz das circunstâncias ou do destino; mas pode adquirir o poder para moldar a realidade ao seu redor e determinar, em liberdade e responsabilidade, o seu próprio destino.”

Por toda a Europa, começavam agora a aparecer gradualmente numerosas academias, ensinando matérias semelhantes às da Academia formada em Florença por Cosme de Médici.

Uma onda adicional de novos pensamentos e idéias baseadas nas antigas escrituras tornou-se possível em 1455, pela produção, em Gutenberg, Alemanha, do primeiro livro impresso. É difícil imaginarmos, vindos de um mundo onde a palavra impressa faz parte da experiência diária de todos, quão restrito era o acesso à palavra escrita antes da invenção da imprensa. Com a invenção da imprensa, não foi mais possível manter o conhecimento confinado nas mãos de poucas pessoas seletas e poderosas – o poder da Palavra estava agora disponível a todos.

No final do século XV, Florença havia entrado em declínio. A cidade-estado de Veneza tornara-se o novo centro de estudos herméticos. Com seus mestres gráficos recém-estabelecidos, ela se tornou a capital da nova indústria editorial da Europa.

Aldus Manutius, um doa mais importantes aditores Venezianos, tinha entre seus amigos pessoas famosas, tais como Thomas Linacra, médico da corte de Henrique VIII da Inglaterra e fundador da Real Academia de Medicina de Londres; o pintor Albreecht Dürer; e os escritores holandeses Desiderius Erasmus e Johannes Reuchlin – seus trabalhos combinavam idéias herméticas, Kabbalistas, Judaicas e Gregas.

Reuchlin foi extremamente influente, tendo sido um exemplo e uma fonte de inspiração para muitos dos estudiosos do seu tempo. Ele era conhecido de Trithemius que, como abade de um mosteiro, acumulou uma das bibliotecas mais renomadas daquele tempo, tendo sido o mentor do grande escritor e colecionador de informações esotéricas: Henrich Cornelius Agrippa.

Também trabalhando em Veneza estava um Frade Franciscano, Francesco Giorgi, que pôs em prática as idéias herméticas na arquitetura – uma idéia que mais tarde teria uma influência profunda na Maçonaria.

Em 1517 um monge Augustino chamado Martin Luther, que era doutor em teologia e um professor das escrituras sagradas, desafiou a igreja num ato de revolta que iria conduzir a Reforma Protestante. Ele afixou um catálogo de acusações contra a Igreja de Roma, pedindo reformas e mudança na porta da igreja em Wittenburgo na Alemanha. Essa foi a tocha que acendeu o fogo da Reforma.

Novamente as cortes da Europa eram os lugares de encontro das palavras e idéias. A corte de Henrique VIII, onde a Igreja de Roma foi substituída pela igreja Protestante da Inglaterra; a corte do hermetista e alquimista; do Santo Imperador Romano Hapsburgo Rodolfo II, em Praga; e da filha do Henrique VIII, Elizabeth I na Inglaterra. Foi inevitável que o profundo envolvimento de algumas das cortes da Europa no estudo e disseminação de idéias Herméticas e Kabbalistas levasse tais idéias a influenciar não somente o pensamento espiritual, mas também a se estenderem ao pensamento político.

John Dee foi um dos mais impressionantes intelectos do seu tempo na Inglaterra. Ele era um matemático, cartógrafo, astrólogo, hermetista e conhecedor da magia. Ele era bem versado nos escritos herméticos, kabbalistas e alquímicos e fluente em latim e grego. Ele viajou extensamente pela Europa e passou um tempo considerável na corte de Rodolfo II, em Praga. Ele não era estranho à corte de Elizabeth I; de fato ele serviu à Rainha como astrólogo, confidente e coletor de informações nas suas viagens. Sem dúvida, Dee também conheceu Giordano Bruno e Michael Maier – dois Hermetistas excepcionais – que também visitaram a corte de Rodolfo II.

Houve tantas mentes ilustres trabalhando nessa época que é impossível mencioná-las todas; porém, uma que não poderíamos omitir foi Robert Fludd, nascido na Inglaterra em 1574. Como Dee, ele foi um estudioso interessado em temas herméticos. Ele também era um farmacêutico e um escritor prolífico. Ele também viajou extensamente na Europa e foi tutor de algumas das mais nobres famílias.

Em 1614 apareceu um manifesto anônimo na Alemanha, o “Fama Fraternitatis”, brevemente seguido pelo “Confessio Fraternitatis”; ambos os documentos revelaram a existência, história e idéias da Fraternidade da Rosa-Cruz.

A Europa estava dividida entre aqueles que achavam que tal Fraternidade não existia e aqueles convencidos que sim e procuravam ansiosamente encontrá-la e tornarem-se membros dela. Robert Fludd veio a ser considerado associado àqueles por trás dos manifestos, como sendo um dos primeiros Rosa-Cruzes.

A palavra havia sido libertada. Durante os próximos trezentos anos vimos o desenvolvimento do pensamento Rosa-Cruz, a ascensão da Maçonaria, a infusão de pensamento e princípios herméticos em todos os aspectos das artes e da cultura, o declínio da religião ortodoxa, o desenvolvimento da ciência e da educação universal. As idéias Herméticas, a Kabbalah, a astrologia e a alquimia continuaram a ser estudadas e ensinadas em organizações esotéricas, das quais as nossas próprias Ordens de hoje são herdeiras e sucessoras. A Palavra foi transportada da Europa, através dos mares, para a América e o Novo Mundo. Novos países foram fundados nos princípios incorporados nos ensinamentos herméticos.

O Oeste encontrou o Leste e suas Palavras se misturaram e se homogeneizaram. O mundo ficou menor em segundos e registrar a sabedoria de séculos em um “micro chip”.

Mas a palavra continua sendo o veículo da expressão da mente da humanidade. Podemos usá-la para inspirar, para ensinar, para registrar e para comunicar. Podemos também usá-la para destruir e para ferir, para envenenar e para poluir as mentes do nosso futuro.

Ter a habilidade para falar e escrever a palavra traz consigo também a responsabilidade; a de usá-la com Sabedoria, de maneira que expressemos, através dessa poderosíssima ferramenta, o melhor daquilo de que somos capazes – fazer da palavra um verdadeiro instrumento e um veículo da Luz.

Através das palavras que falamos e das palavras que escrevemos somos os transmissores da obra daqueles que partiram antes de nós; somos seus herdeiros e os pais do seu futuro; vamos nos esforçar para deles sermos dignos.

De: Elizabeth Anderton Fox. Magister Templi.

Apresentado no Castrorum do Piorado Norte-Americano em 14 de abril de 2.002.

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