"O que é este mundo? Maya. Qual é a sua causa? Nossa ignorância. O que é a ignorância? Novamente Maya."
Maya é não somente a causa das ilusões que engendram a estreiteza de espírito, o ódio e os desejos, como também a própria i
lusão.
O homem original era um ser poderoso manifestado, cuja forma mais elevada é designada na Índia pelo termo Atman.
Atman é imortal, todavia não é perceptível, pois é oculto pelos fenômenos terrestres transitórios.
Em inúmeros escritos antigos da Índia, os fenômenos da matéria sutil ou densa, incluindo o corpo físico, são qualificados de Maya.
Para libertar Atman da sujeição de Maya, é preciso se voltar para o átomo divino do coração, a “jóia do lótus”.
Maya é a força cósmica que cria e também possibilita a percepção das ilusões.
A sabedoria hindu só concebe como real aquilo que é imutável e imperecível.
Tudo que se transforma, se desagrega e desaparece, que tem um começo e um fim, é considerado como Maya.
Nestas condições, o homem desta natureza suscita fenômenos passageiros com os quais se identifica.
Assim, ele mesmo é Maya, ilusão e irrealidade.
Todos os elementos, materiais e forças estão potencialmente presentes na substância primordial; do mesmo modo, o potencial da eternidade está presente em todo fenômeno mortal.
O coração sempre encerra esse “potencial de eternidade”, mas progressivamente perdeu a consciência divina.
Existem, portanto, duas consciências diametralmente opostas: a consciência do homem prisioneiro de Maya e aquela do homem no qual Atman fala em sua forma mais pura, naquele que é um com Brahman.
Tudo que é mortal não pertence à única Realidade, segundo a antiga sabedoria hindu. Aquilo que encerra a consciência inferior não tem qualquer realidade e tem por nome Maya.
O mundo da ilusão se opõe, aqui, ao mundo do Criador; porém, fora Dele, nada existe. O que é mortal é da vida divina não liberta ou não manifestada.
As criaturas não reais aparecem e desaparecem pela força de Maya, enquanto que Atman, o ser eterno,permanece.
Sem nascimento, nem vir-a-ser, nem morte.
Pode-se, por conseguinte, indagar em que medida a personalidade é realidade ou ilusão.
Para o homem terrestre, a vida cotidiana, com seus sofrimentos e alegrias, é a única realidade.
Ele não conhece nenhuma outra. Ele luta continuamente para salvaguardar sua felicidade fugaz, seus ideais imaginários, seu corpo que envelhece, sua saúde frágil, sua mente confusa, seu poder ameaçado, e suas posses, que
crescem ou diminuem.
Todavia, sem sucesso. E para terminar, o homem deve renunciar à luta e tudo perder por causa de Maya. Sua consciência deficiente o torna incapaz de sondar o divino e, por este motivo, ele não oconsidera como a única Realidade.
O homem se opõe a ela e até mesmo a ignora, pois sente, ainda que de forma obscura, que o divino combate e destrói as poucas certezas que ele, homem, acredita possuir.
Os véus de Maya, na tradição espiritual da Índia, a morte possui uma significação diferente daquela compartilhada pelo materialista de hoje.
Como a vida na matéria nada mais é que ilusão, não se perde nada de essencial ao sobrevir a morte. A morte simplesmente retira um dos inúmeros véus de Maya.
Só se pode adquirir a consciência do divino procurando e encontrando Atman no fundo do ser. Deve-se despertar Atman em si mesmo.
Freqüentemente se compara o mundo de Maya a uma miragem.
Aquele que vagueia no deserto da vida crê ver um oásis ao longe.
A água com seus reflexos ondulantes, a sombra atraente das palmeiras, os seres humanos, os animais, uma vila, se descortinam no horizonte.
Mas, quando ele se aproxima, tudo se dissipa. A realidade que ele imaginou nada mais era que uma miragem.
Eis o que é Maya! Erro dos sentidos, erro da consciência limitada.
Às vezes também se compara a vida a um sonho.
A consciência não faz distinção entre o sonho e o estado de vigília.
Esta é a razão pela qual, segundo a antiga sabedoria hindu, o mundo daquele que está em estado de vigília não é mais real do que o mundo daquele que dorme.
Quem quer que se encontre aprisionado na consciência terrestre pensa que o seu mundo é o mundo real.
Mas aquele que pode ultrapassar esses limites, e no qual o centro divino do coração tem a possibilidade de despertar, aquele que é capaz de testemunhar da realidade velada por Maya descobre que o mundo cotidiano nada tem a ver com o mundo da Realidade divina.
Os sábios da Índia, há milhares de anos, aspiravam sair do mundo dos sonhos e das mistificações para se fundir em Atman.
Entre esses dois estados de consciência se interpõe o véu de Maya.
Como nada existe fora de Brahman, é nele que se encontra a origem de Maya.
A história do asceta Narada descreve como Vishnu lhe ensinou o segredo de sua MayaNarada desejava aprender o segredo de Maya.
Ele a encontrou sob a forma de uma bela jovem. Maya é a força que incita Narada a se entregar ao mundo da ilusão.
Ele abandonou o Paraíso e suas portas se fecharam atrás dele. Aí começou a sua história, ou sua queda, como se diz.
Ele participou do árduo trabalho e das alegrias dos camponeses. Trabalhou a terra e entrou no círculo vicioso dos nascimentos e das mortes. Foi feliz e infeliz, e descobriu que não podia conservar o que é mortal.
Assim, perdeu seus bens, sua mulher, seus filhos, a si mesmo e o mundo de Maya.
Narada é a imagem do homem que se deixa guiar pela ignorância e pelos desejos.
Por isso, tudo aquilo que ele adquire lhe é subtraído.
Sua ignorância dos processos vitais o retém prisioneiro, encarnação após encarnação, no interior das dimensões do espaço tempo.
Ele mergulhou na matéria e tornou-se um fenômeno terrestre, inteiramente submisso às forças da natureza.
A consciência dos intelectuais cultivados e materialistas não parece, após muitos séculos, capaz de afastar os véus de Maya.
Mas, em nossa época, uma nova direção lhes é mostrada, um novo caminho que principia pelo átomo divino que sobrevive no coração e que recebe as indicações para evitar, ou se desembaraçar, dos obstáculos que na Índia antiga ainda não existiam ou apenas começavam.
O que é divino no coração e provém da origem espera sua libertação.
E sobre esse caminho, o homem moderno recebe toda a ajuda necessária para romper o seu estado de sono, libertar o princípio divino e se abrir a uma nova vida.
Como o eterno está “morto” no corruptível, o corruptível deve agora morrer no eterno.
Aquele que desejar perder o seu eu encontrará o seu “Ser divino”.
Neste processo de morte e de renascimento, o ser fundamental do homem imortal se liberta dos fenômenos, das idéias pré-concebidas e do medo que o retêm prisioneiro como Narada.
É assim, então, que a finalidade de toda vida humana é a mesma ontem, hoje e amanhã: o acesso ao campo de vida divino, o retorno à casa do Pai.
Mas o ensinamento e o caminho devem sempre adaptar-se às mudanças da consciência, para que reste sempre a capacidade de compreender esse ensinamento e de seguir o caminho....
O homem original era um ser poderoso manifestado, cuja forma mais elevada é designada na Índia pelo termo Atman.
Atman é imortal, todavia não é perceptível, pois é oculto pelos fenômenos terrestres transitórios.
Em inúmeros escritos antigos da Índia, os fenômenos da matéria sutil ou densa, incluindo o corpo físico, são qualificados de Maya.
Para libertar Atman da sujeição de Maya, é preciso se voltar para o átomo divino do coração, a “jóia do lótus”.
Maya é a força cósmica que cria e também possibilita a percepção das ilusões.
A sabedoria hindu só concebe como real aquilo que é imutável e imperecível.
Tudo que se transforma, se desagrega e desaparece, que tem um começo e um fim, é considerado como Maya.
Nestas condições, o homem desta natureza suscita fenômenos passageiros com os quais se identifica.
Assim, ele mesmo é Maya, ilusão e irrealidade.
Todos os elementos, materiais e forças estão potencialmente presentes na substância primordial; do mesmo modo, o potencial da eternidade está presente em todo fenômeno mortal.
O coração sempre encerra esse “potencial de eternidade”, mas progressivamente perdeu a consciência divina.
Existem, portanto, duas consciências diametralmente opostas: a consciência do homem prisioneiro de Maya e aquela do homem no qual Atman fala em sua forma mais pura, naquele que é um com Brahman.
Tudo que é mortal não pertence à única Realidade, segundo a antiga sabedoria hindu. Aquilo que encerra a consciência inferior não tem qualquer realidade e tem por nome Maya.
O mundo da ilusão se opõe, aqui, ao mundo do Criador; porém, fora Dele, nada existe. O que é mortal é da vida divina não liberta ou não manifestada.
As criaturas não reais aparecem e desaparecem pela força de Maya, enquanto que Atman, o ser eterno,permanece.
Sem nascimento, nem vir-a-ser, nem morte.
Pode-se, por conseguinte, indagar em que medida a personalidade é realidade ou ilusão.
Para o homem terrestre, a vida cotidiana, com seus sofrimentos e alegrias, é a única realidade.
Ele não conhece nenhuma outra. Ele luta continuamente para salvaguardar sua felicidade fugaz, seus ideais imaginários, seu corpo que envelhece, sua saúde frágil, sua mente confusa, seu poder ameaçado, e suas posses, que
crescem ou diminuem.
Todavia, sem sucesso. E para terminar, o homem deve renunciar à luta e tudo perder por causa de Maya. Sua consciência deficiente o torna incapaz de sondar o divino e, por este motivo, ele não oconsidera como a única Realidade.
O homem se opõe a ela e até mesmo a ignora, pois sente, ainda que de forma obscura, que o divino combate e destrói as poucas certezas que ele, homem, acredita possuir.
Os véus de Maya, na tradição espiritual da Índia, a morte possui uma significação diferente daquela compartilhada pelo materialista de hoje.
Como a vida na matéria nada mais é que ilusão, não se perde nada de essencial ao sobrevir a morte. A morte simplesmente retira um dos inúmeros véus de Maya.
Só se pode adquirir a consciência do divino procurando e encontrando Atman no fundo do ser. Deve-se despertar Atman em si mesmo.
Freqüentemente se compara o mundo de Maya a uma miragem.
Aquele que vagueia no deserto da vida crê ver um oásis ao longe.
A água com seus reflexos ondulantes, a sombra atraente das palmeiras, os seres humanos, os animais, uma vila, se descortinam no horizonte.
Mas, quando ele se aproxima, tudo se dissipa. A realidade que ele imaginou nada mais era que uma miragem.
Eis o que é Maya! Erro dos sentidos, erro da consciência limitada.
Às vezes também se compara a vida a um sonho.
A consciência não faz distinção entre o sonho e o estado de vigília.
Esta é a razão pela qual, segundo a antiga sabedoria hindu, o mundo daquele que está em estado de vigília não é mais real do que o mundo daquele que dorme.
Quem quer que se encontre aprisionado na consciência terrestre pensa que o seu mundo é o mundo real.
Mas aquele que pode ultrapassar esses limites, e no qual o centro divino do coração tem a possibilidade de despertar, aquele que é capaz de testemunhar da realidade velada por Maya descobre que o mundo cotidiano nada tem a ver com o mundo da Realidade divina.
Os sábios da Índia, há milhares de anos, aspiravam sair do mundo dos sonhos e das mistificações para se fundir em Atman.
Entre esses dois estados de consciência se interpõe o véu de Maya.
Como nada existe fora de Brahman, é nele que se encontra a origem de Maya.
A história do asceta Narada descreve como Vishnu lhe ensinou o segredo de sua MayaNarada desejava aprender o segredo de Maya.
Ele a encontrou sob a forma de uma bela jovem. Maya é a força que incita Narada a se entregar ao mundo da ilusão.
Ele abandonou o Paraíso e suas portas se fecharam atrás dele. Aí começou a sua história, ou sua queda, como se diz.
Ele participou do árduo trabalho e das alegrias dos camponeses. Trabalhou a terra e entrou no círculo vicioso dos nascimentos e das mortes. Foi feliz e infeliz, e descobriu que não podia conservar o que é mortal.
Assim, perdeu seus bens, sua mulher, seus filhos, a si mesmo e o mundo de Maya.
Narada é a imagem do homem que se deixa guiar pela ignorância e pelos desejos.
Por isso, tudo aquilo que ele adquire lhe é subtraído.
Sua ignorância dos processos vitais o retém prisioneiro, encarnação após encarnação, no interior das dimensões do espaço tempo.
Ele mergulhou na matéria e tornou-se um fenômeno terrestre, inteiramente submisso às forças da natureza.
A consciência dos intelectuais cultivados e materialistas não parece, após muitos séculos, capaz de afastar os véus de Maya.
Mas, em nossa época, uma nova direção lhes é mostrada, um novo caminho que principia pelo átomo divino que sobrevive no coração e que recebe as indicações para evitar, ou se desembaraçar, dos obstáculos que na Índia antiga ainda não existiam ou apenas começavam.
O que é divino no coração e provém da origem espera sua libertação.
E sobre esse caminho, o homem moderno recebe toda a ajuda necessária para romper o seu estado de sono, libertar o princípio divino e se abrir a uma nova vida.
Como o eterno está “morto” no corruptível, o corruptível deve agora morrer no eterno.
Aquele que desejar perder o seu eu encontrará o seu “Ser divino”.
Neste processo de morte e de renascimento, o ser fundamental do homem imortal se liberta dos fenômenos, das idéias pré-concebidas e do medo que o retêm prisioneiro como Narada.
É assim, então, que a finalidade de toda vida humana é a mesma ontem, hoje e amanhã: o acesso ao campo de vida divino, o retorno à casa do Pai.
Mas o ensinamento e o caminho devem sempre adaptar-se às mudanças da consciência, para que reste sempre a capacidade de compreender esse ensinamento e de seguir o caminho....
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