“No
passado, tivemos a luz que cintilava; no presente, temos a luz que flameja; no
futuro, haverá uma luz que brilhará sobre toda a terra e todo o mar.” – Winston
Churchill
Aqueles que estão trabalhando
para o futuro possuem algumas qualidades inatas que alimentam suas vidas. Para
mencionar algumas dessas qualidades, podemos dizer que são: abrangência,
cooperação, senso de responsabilidade, pureza de motivo, imaginação criativa,
poder de encorajar outros e serviço altruísta. Essas qualidades são como o
vento que enche nossas velas à medida que nos movemos através do oceano da
vida.
Cada indivíduo tem que
desenvolver cada faísca progressivamente e transformá-la, à sua própria
maneira, para o nível seguinte de existência. Cada passo dado na direção do
futuro é um fenômeno de desenvolvimento, transformação e manifestação do
potencial interno existente na faísca. Essa faísca interna ou eu torna-se a
chama interior, consome impurezas, descobre sua identidade e passa da escuridão
à luz.
No início, no viagem é solitária.
A faísca ígnea dentro de nós necessita de direção. O desejo de mudança
necessita ser transmutado em aspiração e determinação. A mudança, ou a passagem
de um estado a outro, demonstra a habilidade de transformar nossos hábitos
através do uso da vontade ígnea. À medida que estas idéias são compreendidas
pelo indivíduo, elas causam dois acontecimentos. Primeiro, inicia-se um período
de derrubada e uma ruptura daquilo que é velho e que obstrui. Isto é seguido
pelo segundo estágio, um brilhar claro de novas idéias. Estas idéias incorporam
maiores princípios e constroem caminhos mais claros para o futuro na vida do
aspirante. O primeiro estágio, o estágio da derrubada e ruptura, traz
geralmente uma crise na vida da pessoa. Em cada crise está uma oportunidade.
Somos confrontados com uma convergência um tanto complexa de todos os tipos de
pensamentos, sentimentos, coisas que têm de ir-se. Neste momento, a hora da
oportunidade esta sobre nós e temos de abandonar facetas impeditivas
desnecessárias da natureza de nossa personalidade. É através deste estágio que
podemos e devemos nos identificar com o grande todo e com o propósito da alma.
O sacrifício, ou o significado
comum de sacrifício – renunciar a algo – pode ser visto de uma outra maneira.
Podemos ver o sacrifício como o processo criativo de transformação espiritual
onde o maior é substituído pelo menor. Ter esta visão, implicando tornar
completo o sacrifício visto como processo criativo, reflete o sentido da raiz
da palavra sacer que é “sagrado” ou
“santo”. Assim, à medida que trilhamos o caminho, começamos a responder ao
propósito e à visão do eu superior – a alma.
À medida que essa ligação ou
contato torna-se mais estável e sua visão mais impulsionadora, sentimos o anseio
de encarregarmo-nos da vida exterior de nossa personalidade. Nossa vontade
torna-se ativada à medida que desenvolvemos uma determinação para mudar
atitudes e valores em todas as áreas de relacionamento, de modo que entrem em
harmonia com a visão mais elevada que podemos perceber. Esta compreensão e
determinação são a essência do sacrifício como um processo transformador,
elevando as vibrações mais baixas, por assim dizer, para as mais altas e unindo
nossas experiências interiores e exteriores no serviço. Desta compreensão de
uma vontade compassiva, aprendemos a aplicá-la em nossa vida através dos muitos
sacrifícios com os quais as circunstâncias nos desafiam. É nestas
circunstâncias que encontramos oportunidades de compartilhar, amar e agir de
acordo com os impulsos de nossa alma. Os obstáculos da personalidade são
transformados, e o potencial de servir torna-se maior.
A regeneração e a transformação
podem ser um processo lento à medida que percorremos o caminho. A lentidão é
devida à sua profundeza; cada minúscula etapa pode ser muito mais importante do
que muitos de nós percebem.
De um ponto de vista físico ou
médico, sabemos que uma mudança completa no sistema sanguíneo de um ser humano,
purgando e regenerando completamente o corpo físico, leva cerca de sete anos.
Então, talvez, possamos dizer que poderia levar algo como sete anos ou mais
para regenerar a personalidade-alma, o espírito e o caráter de alguém.
É desta perspectiva que o
sacrifício tem a ver com renunciar, Nós renunciamos de boa vontade a algo,
porque é um processo mais profundo que traz o sagrado para dentro de nossas
vidas e o manifesta. Cada contribuição que fazemos em serviço ajuda a nutrir a
visão do bem maior. Cada sacrifício que fazemos para nos tornarmos mais fiéis à
nossa visão espiritual é uma contribuição ao “fazer sagrado” da família humana.
Albert Schweitzer disse “Nada de real
valor jamais é realizado sem entusiasmo e auto-sacrifício.”
Elaine Ralston
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