segunda-feira, 26 de março de 2012
Trechos dos Versos Áureos de Pitágoras
A nada dês início sem antes invocar a bênção dos deuses.
Pensa antes de agir, para que nada faças de insensato.
Somente um tolo age sem refletir.
Nada faças que não compreendas, e aprende o que te é necessário.
Assim levarás uma vida agradável.
Quaisquer que sejam os sofrimentos que o destino te reserve, em nome de
Deus, suporta-os com paciência e sem queixumes.
Esforça-te para melhorar a tua vida, e pensa que o destino nada envia de insuperável aos homens justos.
O que quer que alcances, permanece fiel ao meu ensinamento.
A cura da alma pode te preservar de numerosas desgraças.
Aplica-te em aprender a dominar tuas paixões; inicia pela cupidez, continua, a seguir, pela indolência, a sensualidade, e por fim a cólera.
Que teus olhos cansados não se fechem antes de te fazeres estas três perguntas:
Que fiz hoje? Que fiz de mal? Terei eu feito o que devia? Repassa todos os teus
atos, do primeiro ao último. Se compreenderes que agiste mal, repreende-te em espírito. Se agiste bem, regozija-te.
E mantém a coragem: os homens são de origem divina; tal é a natureza santa que lhes desvela os segredos mais profundos; o divino não encontra nenhum lugar sobre a terra, e quanto mais a natureza da alma a ele corresponde,mais ela é santa e pura.
Os teólogos e sacerdotes de antigamente testemunhavam que a alma, devido a um castigo, havia sido ligada ao corpo onde ela se encontra sepultada como numa
tumba.
Tudo quanto vemos quando despertos está morto, e sonha quando dormimos.
Que a razão, este dom divino, seja teu guia supremo.
Ali onde existe a justa compreensão atua o divino; ali onde ela é má, atua o mal.Ao te dissociares do corpo mortal e te elevares no éter, te tornas um deus incorruptível e imortal: a morte já não tem poder algum sobre ti.
Os Versos Áureos de Pitágoras foram recolhidos na Antiguidade por Jâmblico.
Eles são provenientes dos ensinamentos de Pitágoras e foram conservados por
um certo número de seus alunos.
Marsilio Ficino, o tradutor do Corpus Hermeticum, publicou-os em 1490.
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