sábado, 12 de maio de 2012

Música - Gnosis - Bach - R+C



“Não é verdade que o artista é sempre um estrangeiro entre os homens?
Onde quer que ele vá, levado por determinado impulso, ele se sente banido em toda a parte. Parece que ele conheceu um céu mais puro, um sol mais quente e
homens melhores.” Franz Liszt

Como um compositor como Johann Sebastian Bach expressou estes sentimentos
na música? 

Seu lema era que toda a música deve servir unicamente “à honrar o Senhor e fazer florescer a alma”. “Se não fizermos assim”, diz ele no prefácio de um de seus manuais, “não se trata de verdadeira música, mas de rugidos e de ruídos diabólicos.” 

Para Bach, a verdadeira música tem sua raiz na consciência religiosa. Segundo seus alunos, ele considerava as partes vocais de suas composições como diálogos
entre os participantes que, na ordem de inscrição, falavam e escutavam.

Cada nota devia ser de uma grande pureza, a fim de servir perfeitamente
o sentido interior da composição. 

Esta retidão, esta disciplina, formam a base de toda a obra de Bach. 

Nenhuma de suas criações é superficial ou medíocre.

Seu comportamento se reflete tanto em suas obras religiosas quanto profanas.

É por esta razão que alguns críticos o acham muito douto, muito sério e meticuloso.

Sua visão se expressa muito poderosamente em inúmeras cantatas em que letras e sons ilustram passagens da Bíblia. 

Os escritores que trabalharam com Bach estavam, sem nenhum dúvida, sob a influência do pietismo e mostravam o profundo desejo de interiorizar e aprofundar a fé. 

A palavra pietista foi utilizada como apelido para designar um “carola”. O pietismo é uma corrente espiritual na qual se aspirava à experiência divina individual sob
a influência do gnosticismo. 

Neste contexto, lembremo-nos de Johann Valentin Andrea, o pastor de Calw (Alemanha), que escreveu As Núpcias Alquímicas de Christian Rosenkreuz. 

Andrea é citado como fundador do pietismo suábico.

As cantatas de Bach contêm, além disto, uma quantidade de textos que
encontram eco no aluno, em razão de sua visão de vida. 

Assim, o coro da Cantata 22 canta: 

"Faz-nos morrer por tua graça; desperta-nos por tua bondade.
Que o velho homem pereça a fim de que ele possa viver novamente." 

Estas palavras ligam diretamente à endura, que é o processo do recuo deliberado
do eu em proveito do novo homem-alma.

Há muito tempo já se acha que Sebastian Bach introduziu seu próprio nome e o de Christian Rosenkreutz nas composições por meio da simbologia dos números. 

No livro entitulado Bach en het getal publicado em 1985, os autores mostram que Bach deu algumas indicações que dizem respeito aos rosa-cruzes da Idade Média e a suas obras. 

Numerando de 1 a 24 as vinte e quatro letras do alfabeto de sua época, e
adicionando estes números, os autores encontraram, por exemplo:

“A C.R.C. Hoc Universi Compendium Vivus Mihi Sepulchrum Feci” (Altar
de C.R.C., deste compêndio do universo fiz, em vida, um sepulcro),frase
tirada do Manifesto Fama Fraternitatis.

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