domingo, 4 de setembro de 2016



A Guirlanda de Pérolas
a partir da tradução de Richard Barron

.... Não está ao alcance da autoridade das escrituras ou do raciocínio.
Não pode ser interpretado por tantras ou instruções essenciais.
Não entenderá suas implicações finais
através da visão, meditação, ou conduta.
Seu sentido último não pode ser estabelecido como algum fruto.
Não tem nenhum mandala.
Não há divindade, nem sílaba semente para visualizar.
Que efeito poderiam ter mantras e mudras?
Não há necessidade de elaborações, como fazer oferendas.
Como poderia haver empoderamento ou samaya?
Não há fases de abordagem e realização.
Não há nenhum processo de luz que brilha a partir dos chacras;
Não há nenhuma proteção ou qualquer coisa a ser protegida.
Para aquele que sinceramente deseja experimentar o mahamudra,
o selo supremo,
comer e beber são o estágio de introdução,
enquanto deitar e sentar são o de realização.
as próprias predisposições são consagrações.
Bocejar e tossir asseguram a realização da
mandala.
Chuva e neblina ungem as três-mil-dobras inteiras do universo
como a mandala.
Os caminhos ordenados que se segue são o rascunho.
As pegadas nas folhas são os projetos feitos
em pós coloridos.
O desejo de movimentar-se constitui as posturas rituais.
Os movimentos de um membro são os gestos rituais.
Qualquer coisa que se diga são as sílabas de mantras.
Os próprios pensamentos são o estágio de desenvolvimento.
Os pensamentos que agitam a mente são as oferendas.
Tudo o que se manifesta como forma é a forma iluminada da divindade.
Falar em voz alta é a própria música.
O próprio corpo da pessoa é o vaso ritual,
os cabelos na cabeça constituem as folhas ornamentais
e pétalas adornam sua boca,
e o sangue e a linfa são os fluidos
que enchem o coração e os outros órgãos como substâncias rituais.
As aparências sensoriais manifestando a sua consciência são
os poderes reconhecidos;
sem terem sido conferidos, são completos ...