quarta-feira, 30 de junho de 2010

Manifesto Fama Fraternitatis


“Ex Deo nascimur, in Jesu morimur, per Spiritum Sanctum reviviscimus”

(Manifesto R+C Fama Fraternitatis 1.614)

"Nascemos em Deus, morremos em Jesus, renascemos pelo Espírito Santo”

A fórmula acima foi encontrada no sepulcro do Pai CRC - Christian Rosenkreutz (nome que significa Cristão da Rosa Cruz). Muitos a vêem, mas não percebem, muitos a ouvem, mas não compreendem e muitos a sentem, mas não a vivenciam.
Desde a antiguidade o homem desperto busca o conhecimento de si mesmo. No pórtico do Templo de Apólo, na Grécia antiga, já despontava a inspiradora inscrição Nosce te Ipsum - Homem Conhece-te a ti mesmo, sendo completada por outra interna, E conhecerás o Universo. O conhecimento de si mesmo é o próprio caminho espiritual que as pessoas tanto insistem em buscar fora de si. As grandes Tradições da humanidade, e não somente o Rosacrucianismo, são insistentes nesse caminho. Mestre Jesus, Senhor Buda, Pitágoras, Hermes Trimegistrus e outros, nos alertam constantemente em seus ensinamentos dessa necessidade de interiorização, expansão da consciência e conhecimento mais profundo, da nossa natureza, para o verdadeiro despertar.
O Rosacrucianismo não poderia adotar ênfase diferente, incentivando e disponibilizando, aos buscadores sinceros, ferramentas para que a sua jornada, em busca do conhecimento de si mesmo, tenha êxito. Porém, não apenas um conhecimento racional, científico, filosófico, teórico e empírico, a "episteme" dos gregos, mas também de caráter intuitivo, transcendental. O intelecto usa a razão e o conhecimento discursivo. A Sabedoria ultrapassa o intelecto e, através da intuição, contempla e faz com que a Verdade seja vivenciada.Entretanto existem algumas etapas pelas quais passam a maior parte dos buscadores, para conquistar e se apoderar do verdadeiro despertar interior, a saber:

O despertar da consciência para a realidade interior divina, a constatação da sensível diferença entre a sua natureza interior, pura, divina, sublime, da sua natureza exterior, submetida ao ego e a toda sorte de aflições, ilusões, paixões, apegos e impurezas;

A iluminação, que depois do doloroso exercício da disciplina para dominar os obstáculos naturais da personalidade, do ego, o buscador começa a desfrutar de forma cada vez mais perceptível em sua existência, trazendo-lhe a compreensão de experiências mais sutis, intuitivas, da natureza humana e da realidade das coisas;

A noite escura da alma, na qual o buscador penetra nas trevas, se defrontando com o terror do umbral, depois de ter visto a luz, numa crucificação espiritual, para eliminar a idéia de separatividade e preparar-se para a união com a Fonte; e,

A união, o cume da montanha alegórica, momento no qual o buscador atinge seu objetivo, se une à Fonte, tornando-se um só. Aqui cessam as influências do mundo material e o místico se identifica com o vazio sem forma, a plenitude. Para Jacob Boehme, o místico é aquele que aspira a uma união pessoal ou a unidade com o Absoluto, que ele pode chamar Deus, Cósmico, Mente Universal, Ser Supremo, Fonte, Inefável.

Mestre Jesus ensinou o caminho para esse despertar interior aos seus apóstolos, ministrando ensinamentos esotéricos e místicos, os quais a rica Tradição Gnóstica é testemunha perpétua, em todas as suas manifestações físicas. Este testemunho do Cristianismo Interior, que descreve o caminho de retorno a Deus, continua sendo um esforço renovado nos dias atuais, pelo Rosacrucianismo, para realizar o verdadeiro Cristianismo do Mestre Jesus, o Cristo.


Sobre isso, Orígenes, o maior erudito da Igreja Antiga, em sua obra “De Principiis”, já ensinava: "As Escrituras Sagradas têm um sentido que é aparente à primeira vista, e um outro que a maioria dos homens não percebe. Porque são escritas em forma de certos Mistérios, e à imagem de coisas divinas. A respeito do que há uma opinião em toda a Igreja, que toda a Lei em verdade é espiritual, porém que o sentido espiritual da Lei não é conhecido a todos, mas apenas aqueles que receberam a graça do Espírito Santo na palavra de sabedoria e conhecimento". Assim, os primeiros cristãos sabiam que dois tipos de pessoas se achegariam ao cristianismo, um tipo sem o toque pneumático, e, portanto, incapaz de aproximar-se da salvação pelo conhecimento e pela sabedoria dos Mistérios, mas possuindo apenas capacidade de assimilar pela fé o lado superficial da Lei; e o outro tipo, tocadopelo dom pneumático, pela centelha-espírito, que possuiria plena capacidade de assimilar os conhecimentos e a sabedoria dos Mistérios divinos e descer ao nível profundo e espiritual da Lei, podendo gozar de completa iluminação e redenção."

Portanto, uma vez compreendida a proposta acima,

Portanto, uma vez compreendida a proposta acima, voltemos à narrativa inicial:

Nascemos em Deus,O nascimento da luz no interior do Ser Humano, latente em todos os seres, porém não desperta, até ser tocada pela consciência de todos aqueles que aspiram e se esforçam para alcançar a Unidade Primordial.

Morremos em Jesus,A morte para o mundo e o ressurgimento para a vida eterna. Devemos morrer para o mundo para alcançarmos a consciência cósmica, plena, eterna. O que morre não é o corpo, mas sim o ego com suas ilusões e a percepção de separatividade do Ser.

Renascemos pelo Espírito Santo,O que renasce é o ser pleno, agora consciente da unidade com a Fonte. A partir deste momento a alma venceu a morte, o novo Ser, livre de todos os condicionamentos e limitações anteriores, vivencia a experiência de Consciência Cósmica, Crística, plena, instruindo e ajudando a humanidade.

Elaboração - Anubys / Revisão - KD / Tradução ao Inglês - APF

domingo, 13 de junho de 2010

EVORA VORAZ


No mar ou além do mar o alento.
Um sentimento
- Évora voraz!
Lâmpada em meus olhos, uma luz sagaz.
Voa ao relento;
Deixa-me passivo, mas não lento.
A lua vem enlear-me de mundo.
Mistérios, um abismo profundo.
Transcendência do meu pensamento.
Que voa ao relento.
Tríase, de uma Trindade;
Divina Beleza
Além do que é minha natureza.
"Passo Secreto" - ando no caminho reto
Passo à Chesed e Daath o Trigésimo Terceiro
Caminho verdadeiro...
Além do céu
Cobre-me o véu.
Véu do Amor, Divina Chama!
Amor que meu pranto clama.
Além do que há, fique atento,
Nada vem do nada, veja o que esta acontecendo!
Évora, voraz, na alma do corpo a brilhar
Meu coração vive, pois esta escrito é milenar.
Voraz Lâmpada da Gnose existente.
Mostra-me a outra parte traga-me mais presente!!
KaryEl (Irmã Rosacruz OMCE)

sábado, 12 de junho de 2010

HINO A ATON


Akhenaton"Apareces cheio de beleza no horizonte do céu, disco vivo que iniciaste a vida.
Enquanto te levantaste no horizonte oriental, encheste cada país da tua perfeição. És formoso, grande, brilhante, alto em cima do teu universo.
Teus raios alcançam os países até ao extremo de tudo o que criaste.
Porque és Sol, conquistaste-os até aos seus extremos, atando-os para teu filho amado. Por longe que estejas, teus raios tocam a terra.

Estás diante dos nossos olhos, mas o teu caminho continua a ser-nos desconhecido. Quando te pões, no horizonte ocidental, o universo fica submerso nas trevas, como morto. Os homens dormem nos quartos, com a cabeça envolta, nenhum deles podendo ver seu írmão...

Mas na aurora, enquanto te levantas sobre o horizonte, e brilhas, disco solar, ao longo da tua jornada, rompes as trevas emitindo teus raios...
Se te levantas, vive-se; se te pões, morre-se. Tu és a duração da própria vida; vive-se de ti.

Os olhos contemplam, sem cessar, tua perfeição, até o acaso; todo o trabalho pára quanto te pões no Ocidente.

Enquanto te levantas, fazes crescer todas as coisas para o rei, e a pressa apodera-se de todos desde que organizaste o universo, e fizeste com que surgisse para teu filho, saído da tua pessoa, o rei do Alto e do Baixo Egito, que vive de verdade, o Senhor do Duplo País, Neferkheperuré Uaenré, filho de Rá, que vive de verdade, Senhor das coroas, Akhenaton.